
O clima era de fervor na Avenida Paulista neste domingo, 29 de junho, quando o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, resolveu prestar uma homenagem à deputada Carla Zambelli. O ato de desagravo ao ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu apoiadores que ergueram bandeiras do Brasil, Israel e EUA, enquanto Zambelli, foragida da Justiça na Itália, estava longe dos holofotes.
A manifestação, que teve transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Metrópoles, começou com Cavalcante expressando sua solidariedade aos que, segundo ele, estão “perseguindo pela justiça brasileira”. Em sua fala, incluiu como homenageados o deputado Daniel Silveira e o general Braga Netto, buscando galvanizar apoio aos que se sentem injustamente tratados pelas autoridades.
“Ao povo aqui na Avenida, peço aplausos para nossos guerreiros”, declarou, referindo-se a Zambelli e demais figuras controversas, evidenciando a narrativa de uma suposta perseguição política. Essa retórica já era esperada, especialmente após os tumultuados eventos relacionados às eleições de 2022, que continuam a reverberar em ações e atos públicos.
Carla Zambelli, parte do tumulto político que envolveu tentativas de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), partiu do Brasil em 25 de maio, após sua condenação definitiva pelo Supremo Tribunal Federal. O tribunal a considerou culpada por orquestrar um ataque cibernético que resultou em um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. O hacker que executou a ação, Walter Delgatti Neto, afirmou agir sob orientação da deputada e recebera valores significativos em troca.
O ato na Avenida Paulista se desenrolou em meio à crescente polarização política, onde os apoiadores de Bolsonaro reivindicaram “Justiça Já”, um grito contra os processos que o ex-presidente enfrenta no Supremo. Respondendo a essa mobilização, figuras da direita, como os governadores Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, marcaram presença, solidificando suas alianças em tempos desafiadores.
Contudo, os números falam por si. As manifestações pro-Bolsonaro vêm perdendo força. A última grande mobilização, em fevereiro do ano passado, atraiu 185 mil apoiadores, enquanto a recente reuniu apenas 44,9 mil, uma queda alarmante de 75%. À medida que as pautas se repetem e a resistência se alastra, a questão que perdura é: como o ex-presidente continuará a mobilizar seus seguidores?
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