
A Dinamarca inicia, nesta terça-feira, um capítulo decisivo ao assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia. Nas próximas semanas, Copenhague guiará a agenda e priorizará temas vitais, como segurança, defesa, transição verde e competitividade. Este novo cenário global exige uma abordagem corajosa e inovadora.
Uma das iniciativas mais ambiciosas que a Comissão Europeia anunciará na próxima quarta-feira é uma nova meta climática para 2040, com o intuito de reduzir as emissões da União Europeia em impressionantes 90% em relação aos níveis de 1990. Apesar de uma resistência perceptível entre alguns governos, a Dinamarca está determinada a liderar as negociações, buscando assegurar um futuro mais sustentável.
No entanto, a missão não será simples. O ministro dinamarquês do Clima e Energia, Lars Aagaard, terá a tarefa monumental de equilibrar uma agenda climática robusta e enfrentar os desafios impostos pela saída dos EUA do Acordo de Paris. O compromisso com a neutralidade climática agora tem um novo aliado: a Dinamarca, a qual já possui planos para que a maioria de suas cidades alcance a neutralidade de carbono até 2050. Em novembro, o país apresentará suas metas na COP30 em Belém.
Outro ponto crucial na presidência dinamarquesa diz respeito à segurança da Europa. Após a invasão russa da Ucrânia, a Dinamarca convocou um referendo histórico, com a maioria da população votando a favor de uma maior integração na política de defesa da União Europeia, da qual esteve à margem por 30 anos. Agora, Copenhague abandonou sua postura tradicionalmente moderada em relação ao orçamento da UE, reconhecendo a necessidade de um reforço militar face às ameaças atuais.
A primeira-ministra Mette Frederiksen destacou que a Europa deve se equipar, afirmando: “Se a Europa não for capaz de se proteger, será o fim do jogo”. Com o próximo orçamento, que irá até 2034, a Dinamarca não faz mais parte do grupo “Frugais”, que defendia austeridade fiscal. A pressão aumenta para que Copenhague e Bruxelas encontrem soluções para financiar os aumentos prometidos nas despesas de defesa exigidas pelos aliados da Otan.
A Groenlândia, uma joia no Ártico e território dinamarquês, também está no centro das atenções. Quando Donald Trump flertou com a ideia de anexar a ilha, surgiram comentários satíricos em Bruxelas, sugerindo que a Dinamarca deveria vender a Califórnia em troca. Mette Frederiksen enfatiza que o futuro da Groenlândia deve ser determinado por seu povo, enquanto uma leveza nas tensões políticas se reflete em propostas bem-humoradas que mostram o espírito criativo e diplomático dinamarquês.
À medida que a Dinamarca assume esta posição de liderança, o que você espera ver nas próximas decisões da União Europeia? O futuro do continente pode estar se moldando agora. Compartilhe sua opinião nos comentários e participe dessa discussão enquanto acompanhamos a trajetória dinamarquesa na presidência da UE.