Promessas não reformam prédios. Nem apagam os rastros do dinheiro público que escorre com o passar dos meses. Em dezembro de 2023, a gestão municipal de Itamaraju optou por alugar novas instalações, sob a justificativa de uma reforma no Centro Administrativo, prédio adquirido na gestão da família Carletto, e que já abrigou uma agência bancária.
Contudo, quase dois anos depois, nenhuma intervenção foi feita no prédio público. O que se concretizou foi o aumento considerável de gastos com aluguéis e desaceleração econômica na região central, onde comerciantes continuam aguardando por movimentação que não vem. Enquanto isso, as despesas com imóveis privados explodiram, comprometendo o orçamento e levantando questionamentos sobre a responsabilidade fiscal da gestão.
Somente para a instalação da Secretaria de Saúde, o município destinou mais de R$ 40 mil por ano em locação. Outros R$ 18 mil vão para um espaço onde são armazenados documentos. Já o apoio judiciário custa aos cofres públicos cerca de R$ 12 mil, e a Secretaria de Desenvolvimento Social opera num imóvel alugado por quase R$ 26 mil. Esses são alguns dos casos listados. Tudo isso, enquanto imóveis próprios da prefeitura permanecem ociosos ou deteriorados, espalhados pela cidade.
Com planejamento e responsabilidade, seria possível construir novas unidades em terrenos do próprio município, com tecnologia moderna, geração de energia limpa e localizações que favorecessem a atividade econômica local. Em vez disso, o que se vê é a institucionalização do desperdício, a perpetuação do descaso e o avanço de uma política que empobrece o povo para beneficiar os mesmos de sempre.
A situação exige resposta urgente das autoridades fiscalizadoras, como o TCM e o Ministério Público, para que o interesse coletivo não continue sendo atropelado pela negligência administrativa. O que foi prometido como reforma virou abandono, e o que deveria ser economia virou desperdício público.