19 julho, 2025
sábado, 19 julho, 2025

Estudo aponta que ao menos 11,4 milhões de brasileiros já usaram crack ou cocaína

Compartilhe

Um alarmante estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que pelo menos 11,4 milhões de brasileiros, ou 6,6% da população acima de 14 anos, já experimentaram crack ou cocaína em algum momento da vida. Essa pesquisa, parte do terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III), indica um aumento significativo no uso de substâncias ilícitas em comparação aos 4,43% registrados em 2012.

Em 2023, 16.608 pessoas foram entrevistadas em 300 municípios, e os resultados não contemplam pessoas em situação de rua. Entre os usuários, a cocaína se destaca: aproximadamente 9,3 milhões de brasileiros, cerca de 5,38% da população, relatam ter consumido essa substância ao longo da vida. Dentre aqueles que usaram cocaína, quase metade (43,6%) informou uso frequente, definido como consumo diário ou mais de duas vezes por semana, algo que pode elevar o risco de complicações agudas e problemas relacionados ao uso.

O crack, por sua vez, foi mencionado por 1,39% da população, totalizando cerca de 2,32 milhões de usuários. Contudo, apenas 829 mil pessoas relataram uso no último ano. Vale ressaltar que a amostra de indivíduos que se utilizaram do crack nos últimos 12 meses não foi suficiente para estimar com precisão a prevalência de Transtorno por Uso de Substâncias (TUS) associado a essa droga.

O perfil dos usuários mostra que 2,2% da população, ou cerca de 3,8 milhões de pessoas, fez uso das substâncias nos últimos 12 meses, uma leve elevação em relação aos 2% do levantamento anterior. A maioria dos usuários é do sexo masculino, na faixa etária de 25 a 49 anos, com maior incidência entre as populações amarela e indígena. Além disso, as taxas de consumo são mais elevadas entre aqueles com menor escolaridade e renda domiciliar de até dois salários mínimos.

Quanto ao estado civil, os maiores índices foram observados entre as pessoas divorciadas ou separadas. É preocupante que cerca de 43,8% da população perceba o tráfico de drogas como uma frequência em seus bairros, principalmente nas regiões Sudeste e Norte, destacando a realidade nas grandes cidades. Embora a Unifesp afirme que o uso atual de drogas não parece ter se intensificado na última década, destaca a necessidade de cautela ao analisar essas tendências.

As variações observadas entre 2012 e 2023 devem ser encaradas com atenção, pois refletem momentos distintos, sem garantia de que correspondem a um crescimento ou queda contínuos. Contudo, o uso permanece elevado entre grupos vulneráveis, afetados pela desigualdade social e exclusão.

Diante desse panorama preocupante, como você vê o impacto das drogas em nossa sociedade? Compartilhe sua opinião nos comentários.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você