A plataforma de streaming Deezer surpreendeu o mercado ao confirmar que a banda The Velvet Sundown, com mais de 500 mil ouvintes mensais, é inteiramente criada por Inteligência Artificial. A revelação foi feita por meio do novo sistema de identificação de conteúdo gerado por IA, lançado recentemente pela empresa, o primeiro recurso do tipo no setor de música digital.
Com a ferramenta, a Deezer passou a rotular faixas e álbuns criados por algoritmos, promovendo transparência e ética no consumo musical. A iniciativa marca um divisor de águas: bandas que nunca existiram de fato podem acumular números reais de audiência, o que levanta um debate urgente sobre a autenticidade no ambiente digital.
A descoberta de que The Velvet Sundown era um projeto inteiramente automatizado chamou atenção, mas os dados que vieram a seguir são ainda mais impactantes: cerca de 18% de todas as músicas enviadas diariamente para a plataforma, mais de 20 mil faixas são geradas por IA.
A medida adotada pela Deezer é, ao mesmo tempo, uma resposta e um alerta. Em tempos em que música, arte e tecnologia se misturam como nunca antes, a pergunta que paira é: quem está realmente por trás do som que ouvimos?
O caso da The Velvet Sundown escancara a urgência de se discutir os limites éticos e criativos da Inteligência Artificial na cultura. E mais: abre espaço para um novo tipo de curadoria musical, em que saber “quem criou” é tão importante quanto saber “o que foi criado”.