Em um trágico episódio que abalou o haras Dia de Sol na zona rural de Guarulhos, São Paulo, nove cavalos perderam suas vidas em decorrência do consumo de rações da Nutratta Nutrição Animal Ltda. O sofrimento dessa situação começou em maio e, segundo Marcos Barbosa, proprietário do haras, eventos fatídicos se intensificaram nas últimas semanas, incluindo duas perdas na terça-feira (1º de julho).
“Iniciei com cerca de 30 animais, mas infelizmente, a saúde de nove se deteriorou, enquanto oito mais estão recebendo tratamento em casa e cinco em um centro especializado,” lamenta Barbosa. Ele continua, visivelmente angustiado: “Minha filha competia com uma das éguas, que estava conosco desde novinha.” A dor é palpável em suas palavras, refletindo a devastação causada pela situação.
Os sinais de alerta apareceram rapidamente. Entre os sintomas observados nos cavalos estavam a desorientação, uma perda acentuada de apetite e comportamentos estranhos, como se encostarem na parede ou, em casos extremos, baterem a cabeça. “A primeira égua morreu no dia 16. No entanto, já havia sinais no dia 10, e os sintomas pareciam indicar raiva, mesmo com todas as vacinas em dia e acompanhamento veterinário,” relata Barbosa.
A gravidade da situação chamou a atenção de representantes da Nutratta, que foram ao haras e confiscaram 110 sacos da ração, alertando Barbosa sobre a seriedade do problema. “Naquele dia, o assunto começou a circular. Quando falei com o distribuidor, ele indicou que a ração estava sob suspeita. A indignação é saber que estavam cientes do problema, mesmo antes da minha primeira perda,” expressa, profundamente frustrado.
A situação trouxe à tona dados alarmantes: no Brasil, mais de 650 mortes de cavalos já foram registradas devido a rações contaminadas, e cerca de 367 animais estão atualmente em tratamento intensivo.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) agiu, determinando a suspensão e o recolhimento de rações fabricadas a partir de 21 de novembro de 2024 e iniciando uma investigação sobre as mortes. Até o momento, no estado de São Paulo, 290 mortes e 250 animais sob tratamento foram contabilizados.
O caso continua a ser alvo de apuração, e a Nutratta Nutrição Animal não se manifestou publicamente sobre as mortes até o momento. “Se a empresa presa pela segurança dos animais tinha ciência do que estava acontecendo, é inaceitável,” conclui Barbosa, enquanto continuam os esforços para salvar os animais restantes.
Essa situação exige a atenção de todos nós. Se você tem informações ou experiências semelhantes, compartilhe nos comentários. Vamos unir forças pela proteção dos nossos animais e pela responsabilização de quem deve zelar pela saúde deles.