25 agosto, 2025
segunda-feira, 25 agosto, 2025

Joneuma e “Dada” negociavam “votos cativos” por R$ 100 para beneficiar vereador de Eunápolis e Uldurico Jr.

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Denúncia do MP-BA

Em um escândalo que revela os meandros do sistema prisional brasileiro, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) expôs teratológicas articulações políticas envolvendo Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, e figuras notórias como o ex-deputado federal Uldurico Jr. (MDB) e o vereador Alberto Cley Santos Lima, popularmente conhecido como Cley da Autoescola (PSD). Documentos obtidos pelo Bahia Notícias revelam uma rede de favores e uma intricada negociação de votos, onde detentos e suas famílias eram usados como moeda política, favorecendo os interesses de Uldurico e aliados.

Joneuma, envolvida romanticamente com o líder do Primeiro Comando de Eunápolis, Dada, começou a intermediar clandestinas reuniões entre o criminoso e Cley da Autoescola, que buscava apoio nas eleições. Essas reuniões aconteciam no presídio, longe dos olhares indiscretos das câmeras de segurança. A clandestinidade desses encontros ressalta a seriedade e o alcance de seu propósito, que só se intensificou com a promessa de votos cativos em troca de dinheiro.

A proposta era simples: cada voto garantido valia R$ 100. Joneuma utilizava essa tática não apenas para garantir a eleição de Uldurico, mas também para justificar e fortalecer a presença da facção dentro das paredes do presídio. O MP-BA observa que os presos provisórios tinham seus votos comprados, não apenas eles, mas também amigos e familiares, criando assim uma rede de lealdade entre os que estavam fora e os que estavam dentro da penitenciária.

A influência de Uldurico se mostrou um elemento crucial para o domínio de Joneuma sobre o Conjunto Penal. Levantava-se um controle absoluto pela ex-diretora, que manobrava contratações e demissões de servidores com um objetivo claro: silenciar quem poderia contestar seu controle e proteger as atividades illicitamente realizadas sob sua supervisão. O MP-BA ressalta que até mesmo sua irmã foi nomeada como advogada para promover os interesses da facção criminosa.

Além de seus laços políticos, a relação amorosa entre Joneuma e Uldurico ganhou destaque, especialmente com a descoberta de uma ação onde Joneuma reivindicava “alimentos gravídicos”, alegando que Uldurico era o pai de seu filho, mesmo após seu casamento com outra mulher. Exemplos de fotografias e um teste de DNA foram anexados ao processo, reforçando assim a complexidade dessa trama que envolve vidas, interesses e ações questionáveis.

As evidências não param por aí. O MP-BA detalhou um plano audacioso de fuga, que aconteceu em 12 de dezembro de 2024, onde 16 detentos escaparam com auxílio de uma furadeira e um pagamento exorbitante de R$ 1,5 milhão. Os laços entre Joneuma e a facção foram inegáveis, com sua intermediação ficando clara durante o planejamento e a execução da fuga. O caso é ainda mais alarmante ao considerar que armamentos pesados foram utilizados nesta operação.

Assim, o cerco se fecha sobre uma rede de corrupção e crime que ultrapassa as portas do sistema prisional, levantando questões sobre como votos e influência podem ser manipulados em uma estrutura que deveria ser focada na reabilitação e não na perpetuação do crime. A história de Joneuma, Uldurico e companhia é um alerta sobre como as fragilidades das instituições podem ser exploradas, deixando a pergunta: até onde vai a corrupção nas políticas e no sistema penitenciário?

Agora, queremos saber a sua opinião! O que você acha sobre esses casos de corrupção e manipulação dentro do sistema penal? Deixe seu comentário!

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