Os altos juros estão gerando turbulências significativas no setor automotivo, uma realidade que a Anfavea, entidade representante das montadoras, não hesitou em destacar. Em um alerta recente, ficou evidente que a queda nas vendas e na produção está se tornando um padrão preocupante. Em junho, a produção de veículos encolheu pelo segundo mês consecutivo, com a taxa de financiamento para compra de carros alcançando alarmantes 27,6% ao ano, fruto da elevação da Selic.
A situação não é simples: mais de 600 empregos foram perdidos nas montadoras nos últimos dois meses. Segundo Igor Calvet, presidente da Anfavea, a redução na produção e as crescentes taxas de inadimplência estão moldando um cenário incerto. “Estamos acompanhando a taxa de emprego de forma muito atenta”, afirmou Calvet, ressaltando a urgência de um segundo semestre robusto para atingir a meta de 7,8% de crescimento estipulada para o ano.
Um fator que tem amenizado os impactos negativos é a demanda por veículos importados, especialmente os chineses, que, no primeiro semestre, registraram um aumento de 15,6% nas vendas. Em comparação, os veículos nacionais tiveram uma alta de apenas 2,6%. Além disso, as vendas a locadoras, que correspondem a 28% do total, e as exportações para a Argentina têm sido essenciais para sustentar os números do setor frente à desaceleração do varejo.
Diante desse panorama desafiador, fica claro que a indústria automotiva precisa não apenas de estratégias eficazes, mas também do apoio de todos os atores envolvidos. Como você vê o futuro do setor automotivo em meio a essas mudanças? Compartilhe suas ideias nos comentários!