Na madrugada de quarta-feira, 9 de outubro, a Rússia desferiu o maior ataque com drones contra a Ucrânia desde o início da invasão, em 2022. Foram lançados impressionantes 728 drones e 13 mísseis. A Força Aérea ucraniana conseguiu interceptar a maior parte, destruindo 711 drones e sete mísseis. O alvo principal foi a cidade de Lutsk, na região de Volhynia, longe da linha de combate, mas os bombardeios se estenderam a outras quatro regiões, incluindo Khmelnytsky, Kiev, Sumy, Zaporizhzhia e Kherson. Tragicamente, ao menos oito vidas foram perdidas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou que este ataque é um claro sinal da recusa da Rússia em buscar um diálogo de paz. Em uma declaração contundente, ele insistiu na adoção de sanções mais severas contra Moscou, especialmente direcionadas ao setor de petróleo, que, segundo ele, tem alimentado a guerra russa por mais de três anos. Curiosamente, o ataque ocorreu dois dias após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o envio de “mais armas” à Ucrânia, levando o chefe de gabinete de Zelensky, Andrii Yermak, a apontar a coincidência como significativa.
Do lado russo, o Ministério da Defesa alegou ter interceptado 86 drones ucranianos durante a mesma noite. Além disso, novos ataques na região de Donetsk resultaram na morte de oito civis, conforme informaram autoridades locais. O Kremlin criticou a promessa de apoio militar por parte de Trump, evidenciando o clima de tensão contínua entre Moscou e Washington, enquanto novas negociações entre Rússia e Ucrânia permanecem estagnadas desde maio, após tentativas infrutíferas na Turquia.
A ofensiva russa se intensifica, com recentes avanços no leste ucraniano, incluindo a conquista de uma cidade na região de Dnipropetrovsk. A necessidade urgente de sistemas de defesa aérea é uma reclamação constante da Ucrânia, que contabiliza um conflito devastador já responsável por dezenas de milhares de mortes. Nesta atmosfera de dificuldade, Vladimir Putin reafirmou suas declarações provocativas sobre a soberania ucraniana, uma afirmação que foi duramente contestada por Kiev, classificando-a como cínica e reveladora do desinteresse para uma solução pacífica.
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