
Durante uma intensa discussão no 20º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), expressou suas preocupações sobre uma proposta que visa acabar com os descontos associativos. Em suas palavras, essa mudança seria parte de um esforço maior por parte da centro-direita para “matar os sindicatos”.
A polêmica gira em torno dos descontos associativos, mensalidades que aposentados e pensionistas pagam a entidades, descontadas diretamente de sua folha de pagamento. Criados em 1991, esses descontos deveriam garantir serviços úteis aos associados. Porém, desde 2016, começaram a emergir denúncias de fraudes, onde muitos descontos eram aplicados sem autorização dos segurados.
Queiroz afirmou que, mesmo diante das fraudes constatadas, existem muitas associações legítimas que não merecem sofrer as consequências das ações de malfeitores. Essa análise é crucial para entender como o fim dos descontos poderia prejudicar entidades idôneas e, consequentemente, fortalecer o desejo da centro-direita de asfixiar os sindicatos que, historicamente, têm uma base de apoio no campo da centro-esquerda.
“Por trás disso há uma luta ideológica que não podemos ignorar. Se eliminarmos o desconto associativo, poderemos causar um golpe mortal nos sindicatos,” avisou Queiroz, ressaltando a importância dessa questão no panorama político atual.
Enquanto a discussão avança, um projeto de lei que modifica as regras dos descontos associativos está em tramitação na Câmara dos Deputados com urgência. Sob a relatoria do deputado Danilo Forte (União-CE), a expectativa é que a votação ocorra em breve.
A farra do INSS
- O escândalo do INSS, revelado pelo Metrópoles, expôs uma arrecadação alarmante de R$ 2 bilhões em um ano, enquanto muitas associações enfrentam processos por fraudes nas filiações.
- As investigações da Polícia Federal começaram após as reportagens do portal, levando à Operação Sem Desconto, que resultou em demissões importantes, incluindo a do presidente do INSS e do ministro Carlos Lupi.
Esse tema não é apenas uma questão administrativa, mas revela um confronto ideológico profundo. O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário e participe da discussão!