No coração da Asa Norte, Brasília, um episódio angustiante mobilizou não apenas os espectadores, mas também a consciência coletiva. Duas mulheres, ao testemunharem a abordagem violenta contra o publicitário Diego Torres Machado de Campos, de 42 anos, sentiram o impacto do terror ao verem o filho dele, Tito, de apenas 5 anos, abandonado após a prisão do pai. Sem qualquer assistência por parte das autoridades, elas tomaram a responsabilidade em suas próprias mãos, acolhendo a criança e tentando amenizar seu sofrimento.
Em conversas reservadas com o Metrópoles, as mulheres compartilharam relatos que ecoam angústia e medo. Desde o ocorrido, sentem-se emocionalmente abaladas e isoladas, sem que nenhuma autoridade tenha buscado apoio ou oferecido auxílio. “Foi uma cena de horror. Eu inicialmente pensei que fosse um fugitivo sendo perseguido. Quando percebi a criança no carro, minha urgência aumentou. Eu acreditava que, com mais pessoas assistindo, os policiais agiriam com mais responsabilidade,” uma delas narra, com os olhos ainda cheios de emoção.
A abordagem, repleta de pânico, rapidamente se espalhou pelas redes sociais. Nos vídeos, Diego aparece imobilizado no chão, enquanto um policial o mantém preso com o joelho nas costas. O menino, no banco de trás, chora em desespero. Sem viaturas identificadas e agentes apresentando credenciais, a situação se agrava quando a versão oficial da Polícia Civil alega que Diego colidiu com uma viatura, justificando sua detenção.
“A imagem de Tito chorando não sai da minha mente. Ele estava em pânico, e o pai, mesmo na agonia, gritava pelo filho, completamente preocupado com ele,” recorda uma das mulheres. A situação se tornou insuportável quando a criança, na tentativa de escapar do carro, ficou com a perna ferida, um reflexo do descaso no atendimento imediato às suas necessidades. “O que ele sentiu, ninguém se preocupou,” desabafa, lamentando a falta de um protocolo adequado para situações tão delicadas.
As mulheres também relataram momentos de intimidação por parte dos policiais. Quando questionaram o motivo da abordagem, foram ameaçadas, criando uma atmosfera de medo e impotência. Uma delas, que se identificou como jornalista, foi confrontada de forma agressiva pelos agentes. “Eles tentaram calar nossa voz, mas não vamos ficar em silêncio,” afirmaram, decididas a buscar justiça, apesar das noites em claro desde o incidente.
A situação chamou a atenção do Ministério Público, que iniciou investigações sobre a conduta dos policiais envolvidos. “Se não fosse pela pressão externa, esse caso teria sido ignorado,” afirmaram, destacando a importância do acompanhamento e da responsabilização das autoridades. A mãe de Tito, Gabriella Furquim, expressou sua indignação ao saber que o filho havia sido entregue a desconhecidos enquanto os policiais conduziam Diego. “Ele estava chorando no colo de uma mulher que nunca vi. Isso não é aceitável,” denunciou, indignada com a falta de cuidado.
Apesar do clima de medo, as duas mulheres mantêm a esperança de que a justiça prevaleça. “Ainda estamos lidando com o trauma, mas nosso desejo de reparação é mais forte,” garantiram, decididas a não permitir que o silêncio prevaleça sobre as injustiças. E você, o que pensa sobre essa situação? Sua voz é importante; compartilhe suas opiniões nos comentários.