
Em um enredo repleto de reviravoltas, empresários inocentes se tornam protagonistas de uma trama que envolve acusações de corrupção policial e tentativas de encobrir um golpe. Francisco Giampietro Filho e seus sócios, após serem absolvidos pela Justiça de São Paulo, denunciam policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) por forjarem um inquérito que busca justificar um roubo que nunca ocorreu.
A história começa em 30 de agosto de 2022, quando os empresários foram detidos com mercadorias da marca Positivo, avaliadas em R$ 650 mil. Sem qualquer mandado judicial, os investigadores entraram em seus endereços e apreenderam os bens, alegando que foram roubados em um assalto meses antes, em um episódio que remonta a 10 de junho, na BR-040, em Minas Gerais. A partir desse momento, a narrativa ganha contornos de um verdadeiro pesadelo judicial.
De acordo com os empresários, os policiais ignoraram as notas fiscais que comprovavam a legalidade das aquisições, chamando-as de falsas. Em uma inteligente manobra, eles forçaram os homens a assinar documentos, sob a ameaça de um suposto crime, denotando um claro abuso de poder. “No Deic, tentamos explicar, mas fomos descreditados. A nota fiscal que apresentamos não foi considerada”, afirma Francisco, ressaltando a incoerência nas alegações dos policiais.
A denúncia apresentada à Corregedoria da Polícia Civil, elaborada por Francisco e Alex, aponta para uma nefasta rede de conivência entre policiais e um delegado, integrando o que chamaram de “quadrilha”. Embora a denúncia tenha sido arquivada em abril de 2024, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) assegura que a investigação continua.
Os empresários relatam que a mercadoria foi oferecida pela empresa Atenas Distribuição, controlada por alguém atualmente preso por homicídio qualificado. Estranhamente, menciona-se que a companhia nunca foi investigada, mesmo diante das suspeitas crescentes. Francisco destaca que “nenhum órgão investigou a fundo”. Essa falta de apuração, segundo ele, seria indício de que a empresa é uma fachada.
A situação se complica ainda mais quando o suposto roubo é analisado. O motorista que alegou ter sido rendido durante o transporte da carga apresentou um boletim de ocorrência que se mostra contraditório, como o fato de que o caminhão foi encontrado vazio e lacrado a poucos quilômetros de onde teria sido abandonado. A Polícia Civil, por sua vez, admite não ter investigado a fundo.
Evidências sugerem que o regulador de sinistros, Daniel de Oliveira Nogueira, poderia estar colaborando com os policiais para acobertar o que muitos acreditam ser um roubo falso. Sem a devida procuração e sem qualquer perícia realizada nos produtos, sua atuação levanta ainda mais questões sobre a legalidade das ações policiais.
Após diversas tentativas frustradas de denúncia em várias promotorias, os empresários ainda sentem a necessidade de buscar justiça. Apesar do arquivamento das queixas, eles não desistiram e seguem lutando por um reconhecimento que parece estar distante.
A Secretaria da Segurança Pública, quando questionada, afirmou que um procedimento está em andamento para apurar todas as denúncias. Contudo, não ficou claro se isso se refere ao caso já arquivado. Enquanto isso, as vozes dos empresários ecoam em busca de seu direito à verdade e à justiça.
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