18 julho, 2025
sexta-feira, 18 julho, 2025

Crise com os Estados Unidos deve deixar o Brasil ainda mais perto da China

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Lula e Xi Jinping durante encontro em Pequim

A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto está forçando o Brasil a reavaliar suas alianças políticas e comerciais. Com isso, a relação com a China, principal parceiro comercial do país, tende a se fortalecer ainda mais.

Trump justificou a medida em uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o Brasil vinha promovendo “ataques insidiosos” a eleições livres e violando a liberdade de expressão dos americanos. No entanto, a realidade pinta um quadro diferente: dados oficiais revelam que o Brasil já enfrenta déficits comerciais com os EUA desde 2009, totalizando cerca de US$ 90,28 bilhões até junho de 2025.

A imposição da tarifa pegou o governo brasileiro de surpresa, e desde então os contatos entre autoridades dos dois países foram abruptamente interrompidos. As conversas, que haviam começado em março para discutir tarifas sobre aço e alumínio, agora se tornam cada vez mais difíceis, conforme admitem integrantes do governo.

Em resposta, Lula enfatizou que o Brasil não aceitará ser controlado por forças externas. Ele defendeu a competência do sistema judiciário brasileiro, especialmente em contextos relacionados ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, e anunciou que retaliará com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

A embaixadora Maria Luisa Escorel devolveu a carta de Trump, classificada como “ofensiva” e “inaceitável”. Lula ainda anunciou que, caso não haja um acordo diplomático, o Brasil poderá levar suas queixas à Organização Mundial do Comércio (OMC) ou até mesmo considerar a revogação de patentes e aumento de tributos sobre produtos culturais americanos.

A resposta da China foi imediata, com sua porta-voz classificando as ações de Trump como um “abuso”. A nação asiática já assegurou financiamentos para a construção da Ferrovia Bioceânica, um projeto estratégico que facilitará a exportação de commodities brasileiras para a Ásia, interligando o país ao Oceano Pacífico.

Enquanto isso, a postura de Trump em relação aos países do Brics só reforça a necessidade do Brasil em diversificar suas relações comerciais. Com o horizonte se voltando para o Oriente, o país busca estabilidade e novas oportunidades em um cenário internacional repleto de desafios.

Como você vê essa nova relação do Brasil com a China diante das turbulências com os EUA? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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