19 julho, 2025
sábado, 19 julho, 2025

Consórcio do crime: PCC e CV operam juntos e movimentam R$ 250 milhões

Compartilhe

Imagem relacionada ao consórcio do crime

No centro do universo criminal brasileiro, emergem dois gigantes: o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Embora a rivalidade entre eles seja notória há mais de uma década, uma nova realidade começou a se desenhar: a colaboração. As forças de segurança têm notado que, em meio à guerra nas penitenciárias e nas disputas por território e tráfico, líderes dessas facções têm encontrado benefícios em trabalhar juntos, almejando maximizar lucros ilícitos.

O especialista em segurança pública, Leonardo Sant’Anna, destaca que essa aliança poderia ser resumida como um esforço para explorar a chamada economia do crime. “Essas facções têm todo um processo de divisão de suas atividades para gerar lucros. Elas podem dividir territórios ou agir em consenso, envolvendo desde fornecimento de serviços básicos até tráfico de drogas”, esclarece.

Apesar da maior concentração de facções no Rio de Janeiro, essa dinâmica de consórcio não se limita ao estado. Na verdade, operações semelhantes estão se espalhando por São Paulo e, com maior frequência, pela Bahia.

Recentemente, a Operação Bella Ciao, desencadeada pela Polícia Civil do Rio, confirmou os rumores de alianças criminosas. A investigação tinha como alvo um complexo esquema de tráfico interestadual de drogas e armas, que alimentava o Complexo do Alemão, uma das áreas mais afetadas pela criminalidade na capital fluminense. Essa quadrilha, que inspirava medo e movimentava milhões, foi desarticulada com a prisão de dois indivíduos críticos, um em Taubaté, SP, e outro no Rio de Janeiro.

Essas operações não são novas. Em fevereiro, surgiu a notícia de um pacto histórico entre CV e PCC, onde as facções buscavam uma trégua com o intuito de pressionar o governo a modificar as rígidas condições do Sistema Penitenciário Federal. Tal acordo prometia transformar não apenas a dinâmica dentro das prisões, mas também na realidade das ruas, reduzindo confrontos violentos. Contudo, esse otimismo foi efêmero, uma vez que rapidamente surgiram comunicados anunciando o rompimento dessa aliança, reafirmando a continuidade da guerra.

Nesse cenário caótico, a Operação Bella Ciao revelou que a união das facções resultou em um movimento impressionante de R$ 250 milhões em atividades ilícitas ao longo dos últimos anos. Entre os presos durante esta operação, um deles, ligado ao tráfico e a fornecedores de armas, simboliza a complexa rede de articulações que se mantém ativa, mesmo após o assassinato de um de seus principais líderes, o “Professor”.

Embora a morte de figuras chave pareça indicar um fim para as articulações, o cenário sugere o oposto. As facções são ágeis na reorganização de suas estruturas internas, nomeando novos líderes que assumem o controle. Para o especialista, essa persistência nas colaborações é sintoma da força do crime em relação ao Estado. “A segurança pública enfrenta um grande desafio em acompanhar a velocidade e a eficiência das facções”, alerta.

As consequências dessa união e da ação contínua entre CV e PCC evidenciam a necessidade urgente de uma resposta estratégica e coordenada do Estado. O que você acha que pode ser feito para enfrentar essa situação alarmante? Compartilhe sua opinião nos comentários!

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você