18 julho, 2025
sexta-feira, 18 julho, 2025

Jovem e namorado suspeito de feminicídio se conheciam desde a infância

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A história de Carmen de Oliveira Alves, uma estudante de 25 anos, é marcada por tragédia e mistério. Ela desapareceu em 12 de junho em Ilha Comprida, interior de São Paulo, e as investigações logo revelaram que seu namorado, Marcos Yuri Amorim, foi preso temporariamente como suspeito de feminicídio. Carmen e Yuri não eram estranhos; eles se conheciam desde a infância, crescendo juntos na mesma cidade.

Estudantes de zootecnia na Universidade Estadual Paulista (Unesp), seus caminhos se entrelaçaram ao longo dos anos. Porém, a relação deles carregava segredos. Segundo Lucas de Oliveira Alves, irmão de Carmen, Yuri não assumia o relacionamento, especialmente por Carmen ser uma mulher trans. O envolvimento “foi acontecendo conforme a maturidade”, mas a pressão para assumir a relação pode ter gerado consequências trágicas.

Após o desaparecimento de Carmen, amigos e familiares sentiram a dor da incerteza. Sem respostas durante quase 29 dias, eles se mobilizaram nas redes sociais em busca de pistas. Naquela manhã fatídica, Carmen foi vista pela última vez saindo do Campus Ilha Solteira da Unesp, montada em sua bicicleta elétrica, sem imaginar o que lhe aguardava.

A investigação revelou que Carmen havia reunido um dossiê sobre Marcos Yuri, com provas de crimes como roubo e furto. Esse material, utilizado para pressioná-lo a assumir o relacionamento, pode ter sido o estopim para o crime. A polícia também prendeu um segundo suspeito, o policial militar ambiental Roberto Carlos Oliveira, que, segundo os investigadores, poderia ter participado do ato violento.

“Ele fazia um jogo duplo para a família. Se fingia de bom moço, mas, quando estava com a minha irmã, tudo mudava. Na casa dos pais, negava a relação,” declarou Lucas.

Apesar das prisões, o corpo de Carmen permanece desaparecido, e as buscas por respostas continuam. Com o auxílio de drones, a polícia realiza varreduras em locais onde seu sinal de celular foi captado pela última vez. A angústia da família se agrava, especialmente em um contexto onde o sistema de justiça é ineficaz em lidar com casos de mulheres trans e negras.

A Universidade, em uma nota, expressou sua solidariedade à família e enfatizou a seriedade do caso. As declarações lamentavam a violência e reafirmavam o compromisso da instituição com a dignidade humana e a defesa da vida. “A prisão temporária dos suspeitos e a hipótese de feminicídio reforçam a gravidade da situação”, disse a Unesp.

Lucas descreveu sua irmã como uma luz na vida de todos ao seu redor — uma mulher cheia de sonhos, sonhos que agora se tornam parte de uma luta pela justiça. “Queremos reiterar que o nosso luto só será vivido quando obtivermos a resposta da pergunta que gritamos há um mês: Onde está a Carmen?”, finalizou a nota da família.

A história de Carmen é um lembrete da necessidade de olhar com atenção e empatia para os casos de violência contra mulheres, especialmente dentro das comunidades mais vulneráveis. O que você acha que pode ser feito para garantir que histórias como a dela não se repitam? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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