Em uma carta pública contundente, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu às críticas do governo dos EUA sobre as tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros. Embora não tenha mencionado diretamente Donald Trump, Barroso afirmou que essa decisão se baseia em uma “compreensão imprecisa” dos eventos recentes no Brasil, revelando a importância do papel do STF na proteção da democracia.
Barroso enfatizou que, em um sistema democrático, é natural haver diferentes perspectivas, mas isso não confere a ninguém o direito de distorcer a verdade ou negar fatos concretos vividos por todos. Ele refutou a acusação de que existe uma perseguição judicial contra Jair Bolsonaro, criticando a utilização desse argumento para justificação do chamado “tarifaço”. “O Judiciário atua com independência e com base nas evidências”, assegurou.
O ministro também recordou os desafios enfrentados pelo Brasil nos últimos anos, citando tentativas de atentados; acusações infundadas de fraudes eleitorais; manifestações pedindo a deposição do presidente eleito; e até um plano de assassinato contra autoridades. Para ele, a atuação firme do STF foi essencial para evitar o colapso institucional. “Estamos ao lado daqueles que trabalham pelo Brasil e aqui para defendê-lo”, destacou.
Barroso ainda comentou o recente julgamento sobre a regulação das redes sociais, que, segundo ele, resultou em uma “solução moderada”, alinhada à proteção da liberdade de expressão e imprensa. O presidente do STF defendeu que o Executivo, especialmente a diplomacia, deveria ter tomado a dianteira nas respostas políticas imediatas.
Enquanto o presidente Lula responsabiliza Bolsonaro pelas tarifas, aliados do ex-presidente, como o deputado Eduardo Bolsonaro, têm direcionado críticas ao STF, principalmente ao ministro Alexandre de Moraes. Essa controvérsia tem provocado intensos debates sobre narrativas tanto entre os apoiadores como detratores do governo.
Apesar das tensões, dados da Câmara Americana de Comércio revelam que os Estados Unidos registraram superávit de US$ 1,7 bilhão na balança comercial com o Brasil no primeiro semestre, um crescimento impressionante de 500%. Essa realidade contrasta com a retórica explosiva da tarifa, abrindo espaço para uma reflexão crítica sobre as motivações políticas por trás dessas medidas.
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