O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou nesta terça-feira (15) que países como Brasil, China e Índia podem ser alvo de sanções secundárias com tarifas de até 100% caso continuem comprando petróleo e derivados da Rússia. A declaração foi feita após reunião com congressistas dos Estados Unidos, que discutem um projeto de lei para penalizar economicamente nações que mantêm relações comerciais com Moscou em meio à guerra na Ucrânia.
“Se você é o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia ou o presidente do Brasil e ainda negocia com os russos e compra seu petróleo e gás, saiba que se esse cara em Moscou não levar as negociações de paz a sério, eu lhe aplicarei sanções secundárias de 100%”, afirmou Rutte.
A medida visa pressionar aliados e grandes economias emergentes a aderirem ao bloqueio econômico imposto contra a Rússia desde a invasão da Ucrânia, em 2022. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil importou, em 2024, US$ 5,4 bilhões em diesel russo, sendo um dos principais compradores mundiais e alcançando um recorde na balança comercial do produto.
Na segunda-feira (14), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia anunciado que imporá tarifas “muito severas” à Rússia caso um cessar-fogo não seja firmado na guerra em até 50 dias. Segundo a Casa Branca, a medida incluirá tarifas de 100% sobre produtos russos e sanções aos países que comprarem petróleo de Moscou. Além disso, os EUA confirmaram o envio de novos sistemas de defesa aérea Patriot à Ucrânia, com a Europa arcando com parte dos custos.