O deputado federal Márcio Marinho (Republicanos) promoveu uma audiência pública na Câmara dos Deputados com o tema “Direitos do Consumidor e Sustentabilidade na Produção e Comercialização do Cacau e do Chocolate no Brasil” nesta terça-feira (15). Em entrevista ao Bahia Notícias, o parlamentar explicou o que foi debatido na discussão e traçou as estratégias para que o Brasil volte a ser o maior produtor de cacau do mundo.
O encontro reuniu representantes do governo federal e de instituições do setor de produção de cacau. De acordo com Marinho, o objetivo do encontro foi encontrar maneiras de incentivar os produtores do fruto e discutir as dificuldades para a produção.
“A gente sabe que o chocolate é consumido muito no Brasil e a gente sabe que precisa ter uma proteção e não só a proteção, mas também o incentivo para que essa cadeia possa cada vez mais crescer. O objetivo foi esse. Na produção do cacau, o Brasil hoje está em sétimo lugar, mas com um espaço muito grande para poder crescer, para poder expandir”, disse Marinho.
O deputado relembrou a crise da “vassoura-de-bruxa” doença dos cacaueiros causada por um fungo que atingiu o país nas décadas de 70 e 80. Conforme a fala de Marinho, a doença causou o endividamento de diversos produtores, o que atrapalhou o avanço do setor no Brasil.
“A gente foi atingido com a vassoura-de-bruxa na década de 70, na década de 80, e de lá para cá a gente vem lutando para poder se recuperar. E a gente sabe que com essa dificuldade lá atrás, muitos produtores, pequenos produtores, ficarem endividados e não conseguem pagar a dívida. Não consegue pagar a dívida, não tem o acesso a novos créditos, a financiamento. Como recuperar uma cadeia se não tiver recurso? Então discutimos sobre isso, da importância do governo federal criar uma situação que permita que essas pessoas que estão endividadas paguem suas dívidas e que tenham direito ao acesso ao crédito”, disse Marinho.
Presente na audiência pública, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Jaime Recena, celebrou a realização da discussão e afirmou que o encontro marcou uma “união do setor”.
“Hoje o setor se mostra cada vez mais unido para buscar soluções para a cadeia produtiva do cacau, para o Brasil voltar a ser um grande produtor de cacau, aumentar sua produtividade. Poder voltar a exportar cacau e com isso fortalecer toda a cadeia produtiva no estado da Bahia, no estado do Pará, nos novos estados onde você tem novas iniciativas de plantação de cacau, como São Paulo, Minas Gerais, agora, consolidar também o Espírito Santo, que é um produtor importante”, disse Recena.