18 julho, 2025
sexta-feira, 18 julho, 2025

Três médicos são condenados na Polônia por morte de mulher a quem negaram aborto

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Hospital na Polônia

Na Polônia, a tragédia de uma jovem mulher trouxe à tona questões profundas sobre a legislação de saúde reprodutiva. A morte de Izabela, uma paciente de 30 anos grávida de 22 semanas, em setembro de 2021, revelou uma dura realidade: a lenta e muitas vezes hesitante resposta de médicos diante da regulamentação restritiva que impede o acesso a abortos, mesmo em situações críticas.

Os três médicos envolvidos foram condenados à prisão nesta quinta-feira, dia 17, por não agirem prontamente em um momento em que cada segundo contava. Esta decisão judicial ocorre um ano após uma proibição severa imposta pelo Tribunal Constitucional, que, apoiado pelo governo nacionalista da época, tornou ainda mais draconianas as leis de aborto no país. Esta lei prevê a interrupção da gravidez apenas em casos específicos, como estupro, incesto ou risco à vida da mãe; porém, a prática é tão restritiva que muitos profissionais de saúde sentem-se paralisados diante da possibilidade de penalidades.

Izabela morreu de choque séptico, uma condição que poderia ter sido evitada com intervenções adequadas. Conforme a advogada da família, Jolanta Budzowska, “os médicos, embora devessem ter agido, praticamente não fizeram nada para salvar a vida de Izabela”. A reação pública foi imediata, com manifestações atravessando diversas cidades polonesas, clamando por mudanças e pela proteção dos direitos das mulheres.

Estatísticas revelam um quadro alarmante: em 2024, apenas 896 abortos foram realizados em um país com 38 milhões de habitantes. Em contrapartida, a organização Aborto sem Fronteiras ajudou 47 mil pessoas a obter acesso a interrupções voluntárias da gravidez. Esses números destacam não apenas as falhas do sistema, mas também a resiliência e a determinação das mulheres em buscar os cuidados que merecem.

A história de Izabela não pode ser apenas mais um caso perdido em um sistema falho. Ela é um chamado à ação e à reflexão sobre o que significa garantir a saúde e a dignidade das mulheres, especialmente em circunstâncias tão críticas. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe seus pensamentos e experiências nos comentários.

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