
Em um momento de tensão, os lojistas da icônica Rua 25 de Março, em São Paulo, levantam suas vozes pedindo apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco25) enviou um ofício ao presidente, solicitando uma defesa enfática da soberania nacional diante de uma investigação comercial aberta pelos Estados Unidos, que questiona práticas de comércio digital no Brasil, incluindo o sistema de pagamento Pix.
Os Estados Unidos alegam que o tratamento dado pelo Brasil ao comércio digital pode estar prejudicando o mercado americano. A Rua 25 de Março é considerada um ponto central de comércio popular, mas também é rotulada como um dos maiores mercados de pirataria, segundo um relatório do Escritório do Representante de Comércio dos EUA. Essa descrição fere a reputação de um dos maiores centros comerciais do mundo, onde milhares de trabalhadores ganham a vida.
A Univinco25 não apenas busca apoio do governo, mas se coloca à disposição para contribuir com propostas que fortaleçam a legalidade e a formalização do setor, que emprega mais de 35 mil pessoas. “Estamos certos de que uma resposta firme e racional pode ser construída para enfrentar essas acusações. A Rua 25 de Março é vital para a economia, não apenas de São Paulo, mas de diversas regiões do Brasil e da América do Sul”, afirmam no ofício.
Apesar de reconhecer a importância da proteção à propriedade intelectual, Cláudia Urias, diretora do conselho executivo da Univinco25, enfatiza que é fundamental separar as atividades lícitas das injustas generalizações que afetam a imagem de um setor economicamente dinâmico e em sua maioria legal. “A retórica que criminaliza nosso ecossistema comercial atinge milhões de trabalhadores e pequenos empresários. Isso não é apenas uma afronta à nossa reputação, mas também destrói a confiança no diálogo entre nações”, completa.
Enquanto isso, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo (Secsp) planeja uma manifestação para a próxima sexta-feira (18), com o intuito de expressar apoio aos empregos e negócios da região, além de repudiar as declarações do governo americano. No entanto, a Univinco25 decidiu se distanciar desse ato, sublinhando que ações desse tipo não ajudam a solucionar a situação imposta pelos EUA e que o foco deve ser a recuperação do comércio local após os impactos da pandemia.
O que você pensa sobre a situação atual? Como podemos fortalecer o comércio local e a soberania nacional? Deixe seu comentário e participe da conversa!