19 julho, 2025
sábado, 19 julho, 2025

Entendendo da Previdência: Vício em apostas e crescimento do número de auxílios-doença no INSS

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Nos últimos dois anos, o Brasil tem vivenciado um crescimento alarmante na concessão de auxílios por incapacidade temporária, especialmente entre aqueles diagnosticados com ludopatia, ou vício em apostas. Dados do Instituto de Estudos Previdenciários (IEPREV) mostram um aumento surpreendente de mais de 2.300% nos benefícios oferecidos pelo INSS, revelando um fenômeno que exige nossa atenção.

Entre 2023 e 2025, foram concedidos 276 benefícios por essa condição — um contraste marcante com a média de apenas 11 concessões anuais entre 2015 e 2022. Essa disparidade não é apenas um número; representa uma emergência que desafia as estruturas do sistema de seguridade social brasileiro e alerta para os efeitos adversos que as plataformas de apostas virtuais podem ter na saúde mental da população.

A maioria dos beneficiários é composta por homens (73%), com 80% na faixa etária de 18 a 39 anos, a fase mais produtiva da vida. Destes, cerca de 7% possuem dependentes, o que intensifica as repercussões familiares e sociais do vício. Mas as consequências vão além da esfera previdenciária; o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou um aumento significativo de atendimentos relacionados a esse vício — de 65 atendimentos em 2019, saltaram para 1.292 em 2024. Essa escalada coloca uma pressão considerável sobre o sistema público de saúde, que precisa encontrar respostas eficazes.

O Poder Judiciário também é afetado, enfrentando um aumento nos processos trabalhistas relacionados ao uso indevido de plataformas de apostas no ambiente de trabalho. As demissões por justa causa têm sido frequentes, e as decisões dos tribunais, embora controversas, refletem a seriedade do problema. Além disso, a judicialização dos pedidos de benefícios por incapacidade temporária está em ascensão, o que exige uma abordagem colaborativa entre diferentes instituições.

Em resposta a essa realidade, o Estado tem implementado algumas medidas, como a regulamentação das apostas eletrônicas e campanhas de conscientização. No entanto, essas iniciativas ainda são insuficientes para enfrentar a magnitude do problema. A ludopatia deve ser tratada como uma questão de saúde pública e de ordem econômica, equiparada a outras dependências químicas, como o alcoolismo e o tabagismo. A coordenação entre os sistemas de saúde, previdência e justiça é crucial para abordagens mais eficazes.

Assim, fica o chamado à ação: é hora de debatermos a profundidade do impacto das apostas em nossas vidas. Compartilhe suas opiniões e experiências, ou até mesmo propostas de soluções. Esse é um diálogo que precisa acontecer, e sua voz é fundamental!

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