20 julho, 2025
domingo, 20 julho, 2025

Em nome do pai (por Mary Zaidan) 

Compartilhe

Imagem em destaque

As recentes medidas cautelares aplicadas a Jair Bolsonaro na sexta-feira criaram um verdadeiro dilema para seus defensores e apoiadores, especialmente aqueles alinhados com o governo Lula. O ambiente nas redes sociais se tornou uma mistura de memes e risadas, mas fora esse burburinho, a política estava longe de ser tão leve. Inicialmente, alguns políticos da base do governo pareceram aplaudir a decisão, mas rapidamente recuaram, cientes dos riscos envolvidos.

Estavam todos atentos a uma sombra que pairava sobre o Brasil: as sanções que Donald Trump impôs ao país começaram a dar o tom das reações. Com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República sugerindo que Bolsonaro usasse tornozeleira eletrônica e não se aproximasse de embaixadas, o governo optou por um silêncio prudente. Para muitos, especialmente o próprio Lula, foi um exercício de autocontenção, esfriando o ímpeto inicial de comemorar as novidades.

Entre os apoiadores de Bolsonaro, houve uma clara intenção de resistir ao que consideram uma “perseguição”. No entanto, mesmo os mais fervorosos mostraram-se cautelosos nos comentários, com receio das consequências das sanções em andamento. A primeira delas, a suspensão de vistos para o PGR, ministros e suas famílias, foi anunciada pelo secretário de Estado, Marco Rubio. A exclusão de alguns nomes, como os de André Mendonça e Nunes Marques, ambos indicados por Bolsonaro, só acrescentou mais combustível para as especulações.

Embora muitos se questionassem sobre o timing das medidas cautelares, a realidade é que a investida da PF já estava em andamento. O ministro Alexandre de Moraes, em sua decisão, abordou meticulosamente os indícios de crimes que culminaram na necessidade das cautelares. Entre eles estavam “coação no curso do processo”, “obstrução à Justiça” e um ataque direto à soberania nacional, com base em legislações originais do próprio Bolsonaro.

Os advogados de Bolsonaro, apesar de suas negativas sobre qualquer intenção de fuga, se viram em uma situação constrangedora, especialmente considerando suas recentes ações que levantaram suspeitas. Ao mesmo tempo, o deputado Eduardo Bolsonaro, em um programa, revelou que a Casa Branca havia oferecido asilo ao ex-presidente, complicando ainda mais o cenário de alegações de perseguição e fuga.

Assim, a tornozeleira eletrônica não é apenas uma punição; ela reflete um longo e tenso embate entre a interferência estrangeira e a soberania nacional. O governo Lula, apesar dos obstáculos, manifestou claramente a sua abertura para negociações comerciais, enquanto reafirmou a independência do Judiciário e sua imunidade a pressões externas.

À medida que a chantagem de Trump continua a se desdobrar, fica evidente que os Bolsonaros terão que administrar um discurso cada vez mais insustentável. Neste emaranhado de política e estratégia, o que se coloca em questão não é apenas um nome, mas o futuro do Brasil e sua soberania.

Qual é a sua opinião sobre esta situação? Deixe seu comentário e participe da discussão!

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você