Em um movimento inesperado, o Ministério do Esporte anunciou a suspensão de repasses financeiros à Associação Moriá, uma entidade sob suspeita de irregularidades. Esta decisão, divulgada no último domingo (20/7), resulta da destinação de R$ 53 milhões em emendas por parlamentares do Distrito Federal para a associação, cuja credibilidade está agora em verificação.
A coluna Grande Angular, do Metrópoles, expôs que a estrutura da Moriá é preocupante. Entre seus diretores, foram encontradas pessoas sem qualificação técnica, como um motorista e uma esteticista, além de um endereço oficial que se revelou vazio. Enquanto a associação recebeu uma quantia significativa, parte desse valor, especificamente R$ 46 milhões, deveria ser direcionada a um projeto gamer destinado a ensinar jovens a jogar títulos populares como Free Fire e LoL.
A pasta do Esporte foi clara em sua nota: nenhum repasse ocorrerá até que todos os fatos sejam esclarecidos. Em face das irregularidades apontadas, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, demandou explicações da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Congresso Nacional, alertando que tais questões podem inviabilizar o pagamento das emendas à associação.
Entenda o caso: a Associação Moriá, além de ter seus diretores com formações questionáveis, declarou em autodeclaração seu atendimento a 3,5 milhões de jovens em Anápolis (GO), uma cidade bem menor, com apenas 398 mil habitantes. Para captar a verba, a organização apresentou um projeto promissor que prometia a criação de 29 salas gamers, mas o governo distrital nega ter aprovado qualquer proposta da ONG.
Um termo de fomento datado de 30 de dezembro de 2024 foi assinado, prevendo repasse de R$ 37,9 milhões, mas o Ministério do Esporte garante que a responsabilidade pela veracidade das informações apresentadas é da própria associação. “O rito de fiscalização é sempre cumprido com responsabilidade e rigor”, afirmou, ressaltando que até o momento não houve liberação financeira.
Entre 2023 e 2024, os deputados do DF destacaram-se nas emendas para o projeto gamer, com o deputado federal Fred Linhares (Republicanos) liderando, seguido por senador Izalci Lucas (PL) e outros parlamentares. Por ora, a comunidade observa atenta os desdobramentos dessa história repleta de questionamentos e potenciais consequências.
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