A recente perda de Preta Gil, aos 50 anos, nos leva a refletir sobre a vida de uma mulher cuja essência foi moldada por dois gigantes da cultura brasileira: seu pai, Gilberto Gil, e sua mãe, Sandra Gadelha. Enquanto Gil brilhava nos palcos e na política, Sandra sempre se destacou pela sua discrição, longe dos holofotes e com uma força silenciosa que a tornava uma figura essencial nos bastidores da música popular brasileira.
Casada com Gil por 11 anos, Sandra é mãe de três filhos: Preta, Maria e Pedro, este que nos deixou em 1990. Mesmo sem aclamada na cena artística, sua presença ressoou nas letras de algumas das canções mais emocionais de Gil, como “Drão”. Composta em um momento difícil de separação, a música faz parte da trilha sonora de muitos relacionamentos, trazendo à tona os sentimentos de amor e desamor. Gilberto revela em seu livro “Todas as Letras” que a criação dessa canção foi um dos processos mais desafiadores de sua carreira.
A música começa com os versos impactantes: “Drão, o amor da gente é como um grão / Uma semente de ilusão / Tem que morrer pra germinar.” O apelido “Drão” foi uma delicadeza de Maria Bethânia, que também era uma amiga próxima da família. Além disso, Sandra foi homenageada na canção “Sandra”, do álbum “Refavela”, escrito por Gil durante seu período de prisão em Florianópolis.
Nos anos 1970, mesmo à sombra da fama, Sandra era uma presença inestimável entre ícones como Gal Costa e a própria Bethânia, madrinha de Preta. Durante o exílio, entre 1969 e 1972, ela esteve ao lado de Gilberto, enfrentando desafios que fortaleceram os laços familiares.
O legado de Sandra Gadelha vai além da fama dos filhos e da amizade com artistas renomados; ele é uma celebração da força feminina silenciosa que moldou a trajetória de Gil e, consequentemente, da música brasileira. Que tal compartilhar suas lembranças ou sentimentos sobre esse ícone da música? Deixe seu comentário abaixo!
