No centro de uma disputa comercial crescente, a Johanna Foods Inc, uma distribuidora de suco de laranja dos Estados Unidos, decidiu enfrentar o governo de Donald Trump. Em um movimento ousado, a empresa protocolou, no dia 18 de julho, uma ação judicial contra a tarifa exorbitante de 50% imposta ao Brasil, que começará a vigorar em 1º de agosto. Esse passo é especialmente significativo, visto que os EUA importam quase metade das laranjas exportadas pelo Brasil.
A Johanna Foods argumenta que as motivações apresentadas por Trump para essa medida — que incluem desde o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro até alegações de ataques à liberdade de expressão — não representam ameaças “incomuns e extraordinárias”. A empresa questiona a autoridade do presidente para contornar o poder tributário do Congresso com base em tais fundamentos.
Em sua defesa, a empresa enfatiza que as justificativas não têm respaldo legal ou estatutário. A carta enviada não se configura como uma ordem executiva, e o presidente não conseguiu identificar qualquer ameaça extraordinária à segurança nacional ou à economia dos EUA, que justificasse tal medida. Não houve declaração de estado de emergência que sustentasse a tarifa.
Impacto nos consumidores
Com sede em Nova Jersey, a Johanna Foods prevê que essas tarifas possam elevar os custos com suco de laranja não concentrado em até US$ 68 milhões nos próximos 12 meses. Isso resultaria em um aumento nos preços que variaria entre 20% a 25% para os consumidores nos Estados Unidos.
Além disso, dados apresentados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) ressaltam a importância do Brasil como fornecedor. Mais da metade do suco de laranja vendido nos EUA provém do país sul-americano, que responde por 40% de todas as exportações desse produto realizadas por empresas brasileiras.
A tarifa imposta por Trump é considerada uma “ameaça existencial” para a Johanna Foods e também afeta a Johanna Beverage Co., sediada no estado de Washington. O desfecho dessa batalha judicial poderá afetar não apenas os negócios envolvidos, mas também o consumidor americano, que pode sentir diretamente os efeitos de tal imposição.
E você, o que acha sobre essa medida? Deixe sua opinião nos comentários e participe dessa discussão que está movimentando o setor de sucos nos EUA!