Uma nova realidade emerge das páginas do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024: pela primeira vez, o número de suicídios entre policiais civis e militares supera os homicídios ocorridos fora de serviço. Essa sombria estatística revela um cenário crítico, onde a saúde mental dos agentes não só é negligenciada, mas se torna uma questão central nas políticas de segurança pública.
Os dados são alarmantes. Com 126 policiais mortos fora de serviço e 46 durante o trabalho, o levantamento aponta que a grande maioria dos agentes vítimas de homicídio doloso são homens, negros, e estão na faixa etária dos 40 a 49 anos. Esses números não representam apenas estatísticas frias, mas vidas que foram perdidas em condições de vulnerabilidade, frequentemente impactadas por fatores como pressão psicológica, jornadas desgastantes e o enfrentamento continuo de situações de risco.
O estudo enfatiza que esses suicídios muitas vezes ficam à sombra das estatísticas de criminalidade, o que dificulta a implementação de políticas de apoio eficazes. A complexidade do fenômeno do suicídio é indiscutível, envolvendo uma teia intricada de fatores individuais, institucionais e sociais que clamam por atenção. A análise destaca a urgência de medidas focadas na prevenção, acolhimento e cuidados psicológicos, essenciais para a saúde dos profissionais de segurança.
O relatório sugere que é prioritário fortalecer programas de escuta e ampliar as equipes de apoio psicológico, garantindo também o sigilo dos atendimentos. Essas ações são fundamentais para desestigmatizar a busca por ajuda e criar um ambiente onde os policiais se sintam seguros em compartilhar suas lutas.
Essa é uma chamada à ação não apenas para os gestores responsáveis pela segurança pública, mas para toda a sociedade. É hora de reconhecermos a importância do bem-estar mental nas forças de segurança e promovê-lo ativamente. Queremos saber sua opinião: como você vê essa questão? Deixe seu comentário abaixo!