27 julho, 2025
domingo, 27 julho, 2025

Jovens e negras: Anuário da Segurança Pública releva perfil das vítimas de feminicídio e mortes violentas

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Em 2024, as estatísticas alarmantes revelam uma realidade sombria no Brasil: um feminicídio a cada seis horas. O recém-divulgado Anuário da Segurança Pública traz à luz o perfil das mulheres vítimas de feminicídio e mortes violentas, desnudando um preocupante recorte racial, social e etário dessa brutalidade.

Números impressionantes marcam essa tragédia: 1.492 mulheres foram assassinadas por feminicídios, e 3.700 sucumbiram a mortes violentas diversas. O Código Penal brasileiro define o feminicídio como um homicídio motivado por questões de gênero, muitas vezes ligado à violência doméstica ou discriminação. Já as mortes violentas intencionais englobam um leque ainda mais amplo, incluindo latrocínios e violência policial.

No cenário nacional, a Bahia se destaca ao ocupar o terceiro lugar em feminicídios, registrando 111 casos em 2024. Embora esse número seja um pouco inferior ao do ano anterior, a mudança é sutil, com uma redução de apenas 3,7%. O recorte racial das vítimas é ainda mais alarmante: 63,6% eram negras ou pardas, enquanto 35,7% eram brancas, 0,6% indígenas e apenas 0,2% amarelas.

Quando analisamos a faixa etária, as mulheres jovens, com idades entre 18 e 24 anos, emergem como as mais vulneráveis, representando 17,2% das mortes violentas. Já as mulheres na faixa dos 35 aos 39 anos são as mais atingidas por feminicídios, com 15,6%. Surpreendentemente, as idades entre 25 e 29 anos também são trágicas, com 13,9% dos feminicídios e 13,8% das mortes violentas ocorrendo nessa faixa.

O estudo realizado pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública também revela onde esses crimes ocorrem. A casa das vítimas é o cenário mais frequente: 64,3% dos feminicídios e 46,5% das mortes violentas acontecem nesse espaço familiar. Em contraste, 36,6% das mortes violentas ocorrem em vias públicas, com 21,2% dos feminicídios também sendo registrados nessas localizações.

Uma análise cuidadosa sobre a relação entre vítimas e suspeitos fornece insights cruciais para entender as dinâmicas dos crimes. Em feminicídios, 60% dos suspeitos são parceiros atuais e 19,1% são ex-parceiros, o que ajuda a explicar a elevada taxa de assassinatos no âmbito doméstico. Para as mortes violentas intencionais, os atuais companheiros lideram como suspeitos (38,4%), seguidos por estranhos, que representam 28,5% dos casos.

As armas utilizadas nos crimes também são dignas de nota: em feminicídios, predominam armas brancas, como facas e punhais (48,4%), enquanto armas de fogo são as mais comuns em mortes violentas (48,3%). O espancamento figura como um método recorrente, especialmente em feminicídios, afetando 12,6% das vítimas. Essa estatística revela a brutalidade e a natureza íntima da violência enfrentada por tantas mulheres.

Esses dados não são apenas números; eles representam vidas, histórias e uma luta por justiça que ainda precisa ser travada. Como você se sente ao conhecer esses fatos? Compartilhe sua opinião e vamos discutir como podemos agir em conjunto para mudar essa triste realidade.

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