No segundo dia de intensos confrontos na fronteira entre Tailândia e Camboja, cerca de 60 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas. O Ministério da Saúde da Tailândia confirmou que os refugiados foram deslocados para abrigos temporários em quatro províncias afetadas pelo conflito. Enquanto isso, o Camboja registra 4 mil deslocados em áreas adjacentes à fronteira. Esse embate, que já causou a morte de pelo menos 14 tailandeses, teve seu primeiro registro de fatalidade cambojana nesta sexta-feira.
As hostilidades têm raízes em um incidente trágico ocorrido no final de maio, que resultou na morte de um soldado cambojano. A tensão tomou proporções alarmantes na quarta-feira, 23, quando cinco soldados tailandeses ficaram feridos devido à explosão de uma mina terrestre, colocada em uma área supostamente segura. Em resposta a este evento, a Tailândia tomou a decisão de expulsar o embaixador cambojano, elevando ainda mais a crise diplomática entre os dois países.
As autoridades cambojanas refutaram as alegações tailandesas, desconsiderando-as como “acusações infundadas” e ressaltando a presença de minas não detonadas, remanescentes de conflitos passados. A fronteira de 800 quilômetros entre as duas nações já foi palco de disputas, mas as escaladas anteriores geralmente foram breves. O episódio mais significativo ocorreu em 2011, culminando em 20 mortes.
Os confrontos prosseguiram, sendo relatados em diversas localidades, como Chong Bok e Phu Makhuea, na província de Ubon Ratchathani, além de Phanom Dong Rak e nas proximidades do templo de Ta Muen Thom. O balanço oficial tailandês fala de um soldado e 13 civis mortos, incluindo crianças, com mais de 40 feridos. No lado cambojano, um homem perdeu a vida após um ataque aéreo que atingiu uma pagoda budista.
O Exército tailandês nega ter realizado bombardeios em áreas civis e acusa o Camboja de utilizar “escudos humanos”, posicionando suas armamentos em zonas habitadas. As alegações de bombardeios próximos ao templo de Preah Vihear, patrimônio mundial da UNESCO, ressaltam a complexidade e a carga emocional deste conflito histórico.
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