Nos últimos tempos, assistimos a um cenário surreal: presidentes não reeleitos arquitetando golpes, deputados conspirando em países estrangeiros e um Congresso em silêncio diante de intervenções externas. Neste contexto, declarações de certas figuras, como um general que digitaliza seus pensamentos apenas para imprimi-los, parecem perder o impacto do absurdo. Mas o que pode parecer uma peculiaridade se transforma em algo mais complexo e preocupante ao analisarmos o caso do general Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro.
Mário Fernandes admite ser o autor do documento intitulado “Punhal Verde Amarelo”, que, segundo a Polícia Federal, traçava planos para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. Desde novembro do ano passado, ele se encontra preso. Neste contexto, pode optar por mentir para proteger a si mesmo ou a outros, um direito garantido por lei a qualquer réu.
Entretanto, para que uma narrativa tenha peso, ela precisa ser crível. O documento em questão foi elaborado no Palácio do Planalto, onde o general trabalhava em um gabinete próximo ao do presidente. Ele foi transportado até o Palácio da Alvorada, residência oficial de Lula. Para agravar a situação, houve uma tentativa de execução do plano, em que militares saíram em busca de seus alvos, mas a missão foi frustrada, pois não localizaram Alckmin e Moraes, e Lula estava em São Paulo naquele dia.
Embora o general alegue ter destruído o documento, deixou vestígios digitais no seu computador. Em suas palavras, “esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado”. Para ele, imprimir seria uma questão de confortabilidade, uma medida para facilitar a leitura e evitar forçar a vista.
No entanto, é evidente que o general não reconhece – ou finge não reconhecer – a gravidade de seus atos. Pode ser que tenha recebido péssimas orientações de defesa ou que, na verdade, prefira o papel de herói entre seus pares, mesmo que isso implique em uma condenação. A situação se transforma em um enigma ainda maior quando refletimos sobre as implicações de tais comportamentos em nosso futuro político.
E você, qual é a sua opinião sobre tudo isso? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe seus pensamentos! A conversa está só começando.