Em um movimento surpreendente, a Venezuela decidiu impor tarifas de importação que chegam a 77% sobre produtos brasileiros, uma ação que pegou empresários de surpresa e lança um novo capítulo nas relações comerciais entre os dois países. Essa decisão desafia um acordo firmado em 2014, que previa isenção de tarifas para itens com certificado de origem, criando um clima de incerteza no comércio regional.
Roraima, estado que possui uma relação comercial significativa com a Venezuela, é um dos mais afetados. A nova tributação não só impacta as exportações do Brasil, mas também incide sobre os demais membros do Mercosul—Argentina, Paraguai e Uruguai—que mantêm acordos bilaterais com o país vizinho. Em 2024, enquanto o Brasil comemorava um superávit de quase US$ 778 milhões na balança comercial com a Venezuela, a situação agora exige cautela e adaptação.
A mudança nas tarifas ocorre poucos dias antes do início da aplicação de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, imposto pelos Estados Unidos, evidenciando um cenário comercial cada vez mais complicado. Eduardo Oestreicher, presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio de Roraima, expressou sua perplexidade com a abrupta reimposição das tarifas, que ele descreveu como uma surpresa total e sem explicação clara. “Na sexta-feira, dia 18, fomos pegos de surpresa. Não sabemos se foi por razão política, técnica ou se foi um erro”, afirmou, ressaltando que já acionou a Embaixada do Brasil em Caracas para buscar esclarecimentos.
Desde julho do ano passado, as relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela têm sido tensas. O governo brasileiro deixou de reconhecer o resultado das eleições que garantiram a permanência de Nicolás Maduro no poder, uma situação contestada pela oposição, que também alega a falta de documentação comprobatória da vitória.
Diante desse cenário complexo e em constante mudança, como você vê o futuro das relações comerciais entre Brasil e Venezuela? Compartilhe suas opiniões ou experiências nos comentários!