
Em um mundo interconectado, a pergunta sobre o valor das amizades reais ganha cada vez mais relevância. A baiana Ita Espinheira, com 68 anos de vida e milhares de interações, diz: “Conto nos dedos as pessoas que considero amigas de verdade.” Essa simples afirmação levanta um questionamento profundo: será que, em meio a tantas conexões digitais, ainda é possível cultivar laços verdadeiros?
O psicólogo Anderson Chalhub esclarece que a verdadeira amizade vai além do número de contatos na agenda. “A qualidade dos vínculos se mede pela possibilidade de ser autêntico e seguro ao lado do outro.” Ele ressalta que, com a maturidade, as pessoas tendem a buscar conexões mais profundas, valorizando a autenticidade e a reciprocidade.
Claudio Freitas, empresário de 60 anos, decidiu criar um grupo no WhatsApp chamado Diretoria Panelinha. Desde sua fundação, há cinco anos, ele reúne apenas seus amigos mais próximos, gerando um espaço onde brincadeiras e confidências podem fluir livremente. “Marcamos passeios, forrós e até viagens juntos”, conta ele, mostrando que a amizade se constrói também nas experiências compartilhadas.
O mesmo vale para Ana Luísa Assis e suas amigas Ana Castro e Graziele Tenório. O grupo Família Maltês, que começou como um ponto de encontro para passear com os cães, evoluiu para uma rede de apoio emocional. “Viramos família, nos ajudamos em tudo na vida”, explica Ana Luísa, refletindo sobre como os laços foram fortalecidos nos momentos desafiadores que enfrentaram juntas.
Ita compartilha uma visão similar, afirmando que as amizades exigem convivência e construção. Ela descreve sua relação com as amigas como um “casamento”, onde a união é forjada a partir da confiança e do apoio mútuo, especialmente em tempos difíceis. “Estar presente em momentos de dor é a verdadeira essência da amizade”, diz, enfatizando a importância do suporte em todos os aspectos da vida.
Por outro lado, a fisioterapeuta Milena Rios acredita que amizades verdadeiras podem surgir em grupos maiores. Ela menciona como a convivência em um grupo de Crossfit a fez criar laços profundos, desafiando a ideia de que a intimidade só brota em pequenos círculos. “O que importa é a conexão genuína entre as pessoas”, afirma ela, ressaltando que cada vínculo possui sua própria dinâmica.
Por fim, Brenda Nascimento, membro do clube do livro Lugar Feliz, demonstra que mesmo em grupos numerosos, é possível criar amizades com profundidade. Ricas trocas de experiências, discussões e sorrisos no café da manhã transformaram interações simples em laços significativos. “A intenção é o que conta”, declara Brenda, sublinhando que, no fim das contas, o verdadeiro reconhecimento nas relações está em se abrir e se permitir confiar.
O que podemos aprender com essas histórias é que, independentemente do tamanho do grupo, a verdadeira amizade é construída em bases de diálogo, entrega e vulnerabilidade. Você já experimentou vínculos como esses? Compartilhe sua experiência nos comentários e vamos juntos refletir sobre a importância das conexões autênticas em nossas vidas!