Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentou um desafio alarmante: um gasto de R$ 449 milhões em internações de vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. Esses dados, revelados em um levantamento inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), são um aviso sobre os altos custos humanos e financeiros que o trânsito acarreta. O levantamento, baseado em informações do Datasus, foi divulgado pelo g1 e traz à tona a gravidade da situação.
O montante inclui desde os atendimentos de emergência até processos longos de reabilitação e fornecimento de órteses e próteses. Para se ter uma ideia do desperdício, esse valor seria suficiente para adquirir 1.320 ambulâncias do SAMU, uma média de aproximadamente 50 veículos por estado. Curiosamente, esse investimento é quase quatro vezes maior do que o que foi previsto no Novo PAC Saúde, que estipulou a compra de 350 ambulâncias para atender 5,8 milhões de pessoas.
O preocupante aumento nos gastos hospitalares com vítimas de trânsito tem se intensificado anualmente. Desde 1998, essa elevação chegou a quase 50% em termos reais, sendo 2014 o ano com o maior desembolso: R$ 480 milhões. Cada cifra representada é uma vida afetada e um alerta sobre a condução e segurança nas estradas.
A pesquisa do Ipea também destaca que o desmonte do DPVAT, o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, amplifica ainda mais essa crise. Criado para indenizar vítimas de acidentes, o DPVAT foi extinto em 2020, resultando na perda de repasses ao SUS, que ultrapassavam R$ 580 milhões anuais. Antes de sua extinção, 45% dos recursos arrecadados pelo seguro eram direcionados para cobrir os custos médicos de sinistros em todo o país.
Esses números revelam não apenas um problema financeiro, mas uma questão de saúde pública que requer atenção urgente. O que você acha que pode ser feito para reverter essa situação? Compartilhe suas ideias e opiniões nos comentários!