A Controladoria-Geral da União (CGU) lançou uma investigação sobre a controversa “fraude da fraude” no INSS, que envolve o uso de áudios falsificados por entidades em uma tentativa de contestar os pedidos de ressarcimento de aposentados e pensionistas. Esses beneficiários, que enfrentaram cortes indevidos em seus benefícios, agora se veem em uma trama complexa e preocupante.
A apuração da CGU revela que algumas entidades utilizaram documentação manipulada, incluindo áudios editados, para justificar a autorização de aposentados em processos de ressarcimento. Um caso intrigante envolve uma gravação onde uma atendente se apresenta como representante da Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec), e neste diálogo, uma aposentada, identificada como “Vera Lúcia”, supostamente autoriza um desconto em seu benefício. O problema? Esse áudio foi anexado ao processo de outra aposentada, Martha Lopes Carvalho, que nega ter dado tal autorização.
Martha afirma que ainda não recebeu o reembolso do INSS sobre os descontos indevidos. A situação não para por aí; em outro caso, um áudio foi cortado de tal forma que um aposentado responde “sim” a perguntas que, claramente, foram gravadas em contextos distintos, levantando suspeitas sobre a credibilidade da entidade.
Além dos áudios manipulados, a CGU está averiguando a apresentação de documentos falsificados, incluindo assinaturas fraudulentas em autorizações. Nas palavras das autoridades, isso representa um esquema maior, o qual denominaram “fraude da fraude”. O ressarcimento, que começou recentemente, reforça a necessidade urgente de uma investigação mais profunda.
Em mais um caso, um aposentado contestou a validade das autorizações apresentadas pela entidade, e o INSS acatou sua reclamação. Essa ação reflete um padrão de falhas nas práticas da Balcão de Oportunidades Serviços Administrativos Ltda., uma empresa que, segundo a Polícia Federal, pode ter recebido R$ 9 milhões da Ambec. As investigações revelaram que essa empresa teria criado áudios fraudulentos para legitimar filiações controversas.
Funcionários da Balcão de Oportunidades confirmaram, em entrevista, que a empresa tinha acesso a dados de aposentados e incentivava chamadas que ofereciam vantagens como cancelamento de descontos, para posteriormente editar gravações com respostas afirmativas e contextos alterados. O esquema, revelado pelo Metrópoles, está no centro de uma operação bilionária que explora aposentados.
Quando questionado sobre as investigações, o INSS não especificou quais entidades estão sob suspeita, mas o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, reconheceu a existência de fraudes, classificando-as como “fraude da fraude”. A entidade revelou que qualquer prova apresentada precisa incluir documentos que legitimem a filiação e a autorização, desprezando gravações de áudio como evidências.
Em resposta às alegações, a defesa do empresário Maurício Camisotti, supostamente envolvido no esquema, alegou que suas atividades sempre foram legítimas, focadas na gestão administrativa das associações. A Ambec, por sua vez, afirmou que a responsabilidade pela captação dos áudios não é dela, mas sim de correspondentes bancários, reforçando sua posição de que não é cúmplice no ocorrido.
Esse cenário revelador destaca a necessidade de uma reforma profunda e criteriosa no sistema de proteção aos aposentados. As alegações de fraudes não apenas expõem a vulnerabilidade dos beneficiários, mas também a falta de fiscalização e auditoria das práticas das associações sociais. Que medidas você acha que deveriam ser adotadas para proteger os direitos dos aposentados e assegurar a integridade do sistema previdenciário? Não hesite em compartilhar sua opinião nos comentários!