Na manhã desta quarta-feira, 30 de julho, um marco ocorreu nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O presidente Donald Trump, em um movimento significativo, oficializou um tarifaço que irá “poupar” 43,4% das exportações brasileiras. Os dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) revelam que 694 produtos ficarão isentos de tarifas que podem ultrapassar 50% a partir de 6 de agosto.
Essas isenções, que correspondem a um valor impressionante de US$ 18,4 bilhões em produtos, representam uma fração substancial das exportações brasileiras, que totalizaram US$ 42,3 bilhões no último ano. Entre os setores favorecidos, os combustíveis se destacam, com mais de US$ 8,5 bilhões em exportações em 2024. Um total de 76 derivados de combustíveis foi retirado dessa barreira tarifária.
O setor de aviação civil também obteve alívio, com 22 produtos isentos que representaram US$ 2 bilhões em vendas para o mercado americano. Outros produtos relevantes que escaparam do tarifaço incluem suco de laranja e derivados de aço, refletindo a diversidade das exportações brasileiras.
Entretanto, nem tudo é positivo para os exportadores brasileiros. O café e a carne bovina, que juntos somaram cerca de US$ 3 bilhões em vendas aos Estados Unidos em 2024, permanecerão sujeitos a tarifas. O café, um dos carros-chefes das exportações brasileiras, respondeu por US$ 1,89 bilhão, representando 4,7% do total, enquanto as vendas de carne bovina chegaram a US$ 944 milhões.
Por trás dessa nova política, a ordem executiva de Trump invoca a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (Ieepa), de 1977, e declara uma emergência nacional em resposta a ações do Brasil em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo americano acusou Brasília de perseguir e intimidar Bolsonaro e seus apoiadores, alegando violações dos direitos humanos e comprometimento do Estado de Direito.
O comitê do governo dos EUA denuncia que medidas foram tomadas para coagir empresas de tecnologia a censurar expressões políticas, sublinhando a pressão em torno da liberdade de expressão. Recentemente, a Lei Magnitsky também foi aplicada contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, alçando o debate sobre direitos humanos e relação entre os dois países a um novo patamar.
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