Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu levar à Justiça o novo projeto do Grupo Emiliano, um hotel de luxo localizado a apenas cinco quilômetros do centro de Paraty, no Rio de Janeiro. O Hotel Spa Emiliano promete 67 cabanas de luxo, cada uma com piscina privada, em uma área marcada pela rica vegetação e vistas deslumbrantes. Porém, sob a superfície desse paraíso, surgem preocupações significativas.
Os promotores do MPF alertam que a construção do resort pode resultar em danos ambientais severos e irreversíveis em ecossistemas delicados e protegidos. A avaliação do licenciamento ambiental realizado até o momento não levou em conta os impactos potenciais da obra, como o consumo excessivo de água, o desmatamento e o aumento do tráfego de veículos e embarcações na região.
Localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) Cairuçu, uma unidade de conservação federal reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial Misto, o projeto ocupa um território que abriga uma biodiversidade rica da Mata Atlântica e a cultura tradicional caiçara. A preocupação se intensifica ao considerar que a área fica nas proximidades de terras indígenas e de comunidades caiçaras e quilombolas, cujos modos de vida podem ser ameaçados pela implementação do resort.
Diante de tais preocupações, a ação civil pública proposta pelo MPF não só requer a suspensão imediata da licença de instalação, como também solicita a condenação do município, do estado e da empresa em R$ 3 milhões por danos morais coletivos— sendo R$ 1 milhão atribuído a cada parte. O caso agora tramita na Justiça Federal de Angra dos Reis (RJ).
Até o fechamento deste texto, o Grupo Emiliano não havia se pronunciado sobre o assunto. E você, o que pensa sobre a construção de empreendimentos nesse tipo de área? Compartilhe suas opiniões nos comentários!