2 agosto, 2025
sábado, 2 agosto, 2025

Representantes dos Afoxés no Carnaval de Salvador pedem na Justiça anulação de eleição do Comcar

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Carnaval de Salvador

A recente eleição da nova Mesa Diretora do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar) está em meio a uma controvérsia envolvendo os Afoxés, tradicionais entidades culturais que se destacam no Carnaval de Salvador. Com a reeleição do empresário Washington Paganelli, um clima de insatisfação tomou conta desse segmento, levando-os a buscar a anulação da votação realizada em 22 de julho.

Em uma ação protocolada em 28 de julho, os representantes dos Afoxés argumentam que a eleição deve ser revista devido a irregularidades, especialmente no que se refere ao prazo de inscrição das candidaturas. Segundo o conselheiro Nelson Nunes dos Santos, houve descumprimento do Regimento Interno do Comcar, que teria encerrado o período para inscrição de forma prematura, excluindo a participação de muitos grupos tradicionais.

O embate pela presidência foi acirrado entre Paganelli e Albry da Anunciação, presidente da Associação dos Blocos de Salvador. No final, Paganelli conquistou 18 votos, enquanto Albry obteve apenas 4. Os demais cargos da Mesa Diretora foram preenchidos, com Márcia Mamede sendo eleita vice-presidente e Jairo da Mata como secretário-geral, recebendo 20 votos a favor e 2 contrários.

Os Afoxés emitiram uma nota ressaltando que a Resolução nº 10/2025 reduziu o período de inscrição de forma ilegal, contrariando o regimento que estipula o encerramento 72 horas antes da votação. Apesar da impugnação administrativa apresentada, a eleição foi validada, uma decisão que, segundo os representantes dos Afoxés, fere princípios fundamentais como legalidade e isonomia.

As críticas não param por aí. A petição destaca que, nos últimos anos, o Comcar tem descumprido acordos estabelecidos com o Ministério Público da Bahia, além de dificultar a transparência e a democratização dentro do conselho. “A atual estrutura tem favorecido interesses particulares em detrimento da coletividade carnavalesca”, afirmam.

A eleição de 2025/2026 já gerou polêmica, com a Associação de Blocos de Salvador (ABS) e a Associação Cultural de Entidades de Matriz Africana (ACEMA) também questionando a integridade do processo. Ambos solicitaram uma liminar para suspender uma reunião do conselho, citando a recondução da empresária Márcia Mamede à Coordenadoria Executiva do Comcar como um ato suspeito.

Albry, da ABS, comentou sobre a falta de renovação na Mesa Diretora nos últimos anos e a resposta do Comcar a essas acusações, que considerou como tentativas desleais de obstruir a sua gestão. Para os Afoxés, a decisão judicial que se aproxima pode ser crucial, não apenas para o futuro do Comcar, mas para a própria organização do Carnaval de Salvador.

O que você acha dessa situação envolvendo o Comcar e os Afoxés? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe dessa discussão tão importante para a cultura do nosso Carnaval!

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