Imagine caminhar pela areia quente de uma praia paradisíaca e, ao invés de apenas encontrar conchinhas e vegetação nativa, deparar-se com um botijão de gás chinês ou uma embalagem de tempero internacional. Essa é a triste realidade que a ONG Ecologia em Movimento (Ecomov) tem enfrentado nas praias do litoral de São Paulo e na região do Vale do Ribeira desde 2019.
Com mais de 4,7 mil itens de lixo internacional encontrados, o panorama do descarte irregular ganhou proporções alarmantes: um aumento de 500% nos últimos cinco anos. Entre esses itens, uma vasta gama de produtos é identificada através de rótulos e QR codes, revelando que muitos desses resíduos não são fabricados ou consumidos no Brasil.
1 de 4 O presidente da Ecomov, Rodrigo Azambuja, ressalta que uma coleta recente revelou materiais inusitados em uma área de preservação ambiental, evidenciando a urgência da situação.
2 de 4 A maior parte dos resíduos (74,4%) tem origem na China. De acordo com as coletas, a cidade de Peruíbe, localizada a cerca de 139 quilômetros da capital paulista, é o principal ponto de concentração desse lixo.
3 de 4 Entre os itens encontrados, além do botijão de gás, estão produtos de limpeza, sabonetes e até uma embalagem de macarrão chinês. Essa quantidade significativa de lixo levou à abertura de um inquérito civil no Ministério Público de São Paulo.
4 de 4 As preocupações não se limitam apenas à quantidade. Muitas coletas revelaram produtos que contêm Gamazyme BTC, um corrosivo tóxico que prejudica não só a vida marinha, mas também pode causar lesões oculares em humanos.
O professor Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico da USP, sugere que a causa dessa situação alarmante se deve ao descarte irregular feito por embarcações internacionais que podem estar jogando resíduos no mar para evitar custos no descarte adequado no Porto de Santos.
Estamos em um momento crítico. O que você acha que pode ser feito para reverter essa situação? Deixe seu comentário e compartilhe suas ideias sobre como podemos proteger nossas praias e o oceano.