As novas medidas tarifárias que estão sendo implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vão muito além das fronteiras comerciais. Agora, essas tarifas começam a afetar até mesmo as compras online, principalmente os produtos de gigantes como Shein e Temu. A decisão de taxar a entrada de pequenas encomendas promete modificar a percepção dos consumidores quanto ao custo das “comprinhas” que sempre foram uma facilidade na era digital.
Com a suspensão de uma regra que permitia a importação sem tarifa de pacotes de pequenos valores, as expectativas são de uma mudança significativa. Essa nova norma, que deve entrar em vigor no dia 29 de agosto, traz uma estrutura de tarifas que pode atingir até US$ 200 (R$ 1.100) por item, dependendo do país de origem e suas taxas. Para produtos com tarifas inferiores a 16%, a taxa será de cerca de US$ 80 (R$ 440), enquanto itens de países com tarifas entre 16% e 25% enfrentarão uma cobrança de US$ 160 (R$ 886).
Neste novo cenário, o temor é que as plataformas de ecommerce, como Shein e Temu, apenas repassem esses custos adicionais aos consumidores. Com isso, as compras que antes eram consideradas uma pechincha podem se tornar significativamente mais caras.
Anteriormente, era possível importar mercadorias de até US$ 800 (aproximadamente R$ 4,4 mil) sem a cobrança de impostos. Essa isenção permitiu que empresas internacionais enviassem centenas de milhões de pacotes a preços bem inferiores do que os praticados no mercado local. No entanto, a suspensão dessa vantagem já havia sido implementada para produtos provenientes da China e Hong Kong em maio, e agora se estende para remessas de quaisquer origens.
Com as novas regras, as empresas não poderão mais utilizar artifícios, como redirecionar mercadorias para países como Vietnã, para evitar tarifas. A exigência de declarar a origem exata dos produtos ao entrar nos EUA complicará ainda mais a logística de importação.
Agora, as grandes varejistas estão se adaptando a essa nova realidade. Shein e Temu já estão estocando produtos e enviando remessas em grande quantidade para armazéns americanos, buscando minimizar o impacto nas entregas e nos preços aos consumidores. No entanto, o futuro das compras online pode ser mais desafiador do que se imaginava.
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