Imagine o poder de um nome que, mesmo em meio a polêmicas e ausências, consegue mobilizar 37,6 mil pessoas na Avenida Paulista. Esse é o fenômeno Bolsonaro, que desperta paixão, fervor e um desejo incansável de seus seguidores pela justiça em sua defesa. O ex-presidente está em casa, algemado e monitorado por uma tornozeleira eletrônica, mas o clamor de seus apoiadores ecoa pelas ruas. Quem, além dele, poderia reunir tamanha multidão?
Em meio a essa análise, surgem nomes como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Embora tenha se ausentado da manifestação para um procedimento médico que poderia ser remarcado, sua falta evidencia uma desconexão com o fervor popular. Tarcísio pode ser admirado como administrador, mas sua habilidade política ainda é questionável.
E quanto a outros governadores, como Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ratinho Junior? Eles conseguiriam atrair uma multidão semelhante em seus respectivos estados? O público que se reuniu na Avenida Paulista era três vezes maior que o de junho passado, embora inferior ao de abril e significativamente menor que a grande mobilização de fevereiro de 2024. Este contraste sinaliza a resiliência do apoio a Bolsonaro, mesmo em tempos conturbados.
Recentemente, Bolsonaro e 34 outros indivíduos foram indiciados por tentativa de golpe de Estado, e o Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia. As provas são robustas, mas muitos de seus adeptos permanecem cegos ou indiferentes a elas, prontos para se reunir em defesa da causa. A divisão entre os que ignoram a realidade e os que mantêm a fé inabalável em sua liderança é evidente.
Diante desse cenário, outro questionamento surge: por que Bolsonaro deveria apressar-se em apoiar um sucessor? A possibilidade de uma anistia é remota, e, se houver tentativas, seria rapidamente contestada pelo Supremo. Quanto mais ele hesitar em designar um herdeiro, mais sua influência poderá se manter intacta, uma vez que sua presença continuará a ser uma sombra sobre as eleições de 2026.
A ênfase no protagonismo de Bolsonaro até mesmo em sua ausência, complica o cenário para a “direita civilizada”, aquela que inicialmente o apoiou em 2018. E, enquanto Lula se beneficia dessa situação, a interrogação persiste: será que a estratégia de Bolsonaro é, de fato, esperar e ver, ao invés de limitar seu legado?
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