
Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, destacou que o governo federal está concentrando esforços nas indústrias mais vulneráveis, aquelas que não têm a flexibilidade de redirecionar seus produtos para outros mercados. Exemplo disso são as empresas que fabricam itens sob medida para a economia americana, que agora enfrentam desafios inesperados.
No contexto atual, Haddad enfatizou que commodities como carne e café, que estão sujeitas à taxa de 50% imposta por Donald Trump, podem facilmente encontrar novos destinos em outros mercados. “A demanda global por café está crescente e a manutenção dessa taxa é um enigma, já que ela encarece o produto no mercado americano,” comentou o ministro em uma recente entrevista à BandNews.
Ele ressaltou que, embora o governo esteja ciente dos desafios, setores que não possuem um grande impacto macroeconômico merecem uma atenção especial. O objetivo é proteger esses setores frente a injustiças inflacionadas por políticas internas Estados Unidos. “Não queremos que nenhum setor sofra por conta das taxas de Trump”, completou.
Haddad fez um apelo direto aos governadores que estejam dispostos a colaborar com a União. Ele mencionou o papel do Ceará, que criou uma estratégia inovadora para apoiar pequenos pescadores afetados por essas tarifas. “Governadores que buscam parcerias e traçar soluções, nós temos capacidade de financiamento para isso”, explicou. A conexão e sintonização entre estados e governo federal são cruciais para o prosperidade do país.
Em relação ao Brics, o ministro não acredita que a crescente tarifação de Trump rumo aos produtos brasileiros tenha relação direta com o bloco. Para Haddad, se fosse esse o caso, outros membros também teriam sido impactados. Ele ainda comentou que o comércio em moeda local já é uma prática em diversas relações bilaterais, e que a responsabilidade em cuidar do valor da moeda americana recai sobre os Estados Unidos.
A taxa de juros, segundo Haddad, apresenta um patamar que é restritivo para o crescimento. Ele observou sinais de desaceleração da inflação, que deve terminar o ano abaixo de 5%. Atualmente, a taxa está em 5,35%. O novo chefe do Banco Central, Gabriel Galípolo, herdou uma situação complexa, mas já existem indícios de que uma flexibilização monetária possa ser discutida em breve.
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