Um incidente recente transformou o cantor Nattan em alvo de controvérsias, após a veiculação de um vídeo em que o artista oferece dinheiro para que um homem beijasse uma mulher com nanismo durante um show em Pernambuco. A Associação Nanismo Brasil (Annabra) reagiu prontamente, anunciando que encaminhará uma denúncia ao Ministério Público, alegando que a ação perpetua estigmas e configura uma forma de violência simbólica contra indivíduos com deficiência.
Em nota ao G1, a Annabra enfatizou a gravidade da situação: “A exposição da mulher com deficiência em um ato de escárnio público fere não apenas a vítima direta, mas toda a nossa comunidade”. Essa declaração ressalta a importância de se reconhecer a dor coletiva que situações como essa podem causar.
A entidade ainda destacou que o capacitismo é crime, e que a prática de discriminação por motivos de deficiência pode levar a penas que variam de um a cinco anos de prisão, dependendo das circunstâncias. O intuito da denúncia é assegurar que os “desdobramentos legais cabíveis sejam apurados” e que responsáveis sejam confrontados por suas ações.
“É importante deixar claro: o fato de uma pessoa com nanismo, em determinado momento, consentir ou participar de uma cena como essa não significa que toda a comunidade aceite ou ache engraçado. Normalizar este tipo de ‘entretenimento’ é abrir espaço para a perpetuação do preconceito e da violência simbólica”, alertaram.
O episódio ocorreu em uma festa no dia 2 de agosto, durante a Festa de Agosto em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Nattan interrompeu sua apresentação para interagir com a mulher com nanismo, a colocando em um caixote e oferecendo R$ 1 mil para um homem beijá-la. Após recusa de dois voluntários, um cinegrafista do evento subiu ao palco e realizou o ato, provocando risos do cantor.
O vídeo, que circulou nas redes sociais, foi publicado por Nattan com uma legenda controvertida. O cinegrafista Marcos Ferreira também compartilhou o momento, descrevendo-o de maneira jocosa. Essa postura levanta sérias questões sobre a normalização de conteúdos que desrespeitam e desumanizam pessoas com deficiência.
Agora, é hora de refletirmos: até onde chegamos em nome do entretenimento? O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário e contribua para essa importante discussão.