No epicentro das tensões políticas atuais, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso Nacional, desferiu críticas contundentes à obstrução imposta pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma coletiva de imprensa ocorrida na última quarta-feira (6), Randolfe não hesitou em traçar um paralelo entre a obstrução legislativa e os ataques violentos de 8 de janeiro, quando manifestantes devastaram as sedes do Congresso e do Judiciário.
A discórdia tomou conta do ambiente político na terça-feira (5), quando parlamentares da oposição organizaram protestos em resposta à prisão domiciliar de Bolsonaro. Liderados por essa descontentamento, adotaram uma estratégia de obstrução que visa desestabilizar os trabalhos do Congresso. Esse recurso, frequentemente utilizado na política, tem o propósito de dificultar ou impedir votações significativas.
Randolfe não poupou palavras ao comentar sobre essa tática: “É uma forma de chantagem. Assim como se ensina na polícia, não se deve ceder à pressão de sequestradores. Se essa prática se normalizar, qualquer um que se sinta injustiçado pode tentar paralisar nossas sessões.” A ironia de sua comparação é evidente; segundo ele, a obstrução atual se assemelha a um novo “8 de janeiro”, apenas com outra abordagem.
Contudo, ele defendeu que o caminho para a resolução dos conflitos deve ser o diálogo. Em meio às tensões, está agendada uma reunião entre os líderes do Congresso, embora a presença completa da oposição permaneça incerta. “Durante a reunião, farei um apelo para que eles cessem essa obstrução. Embora já tenha estado na oposição, sei que obstruções construtivas são aceitáveis, mas o que estamos vendo é um uso arbitrário da força, que não se volta apenas contra as autoridades, mas sim contra o Brasil e todos os brasileiros,” concluiu Randolfe.
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