8 agosto, 2025
sexta-feira, 8 agosto, 2025

Não gosta de música? Explicação pode estar em desconexões no cérebro

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Para muitas pessoas, escutar música é relaxante

Escutar música é uma experiência que encanta e acalma, mas não para todos. Existe um fenômeno intrigante conhecido como anedonia musical específica. Indivíduos que a vivenciam possuem uma audição normal, mas não sentem prazer ao ouvir melodias. É como se um mundo de sons estivesse a seus pés, mas a alegria que a música traz para muitos permanece fora de alcance.

Esse desconforto está enraizado em uma desconexão funcional no cérebro, que afeta duas áreas cruciais: a rede auditiva, que processa os sons, e o circuito de recompensas, responsável pelas sensações de prazer. Um estudo recente da Universidade de Barcelona revelou insights fascinantes sobre os mecanismos cerebrais que fundamentam essa condição, publicado na renomada revista *Trends in Cognitive Sciences*.

“Investigar esses circuitos pode abrir caminho para novas pesquisas sobre diferenças individuais e transtornos relacionados à recompensa, como anedonia, vício ou transtornos alimentares”, afirma Josep Marco-Pallarés, neurocientista e autor do estudo.

A pesquisa incluiu um questionário que avaliava como os participantes percebiam a música em cinco dimensões: emoção, regulação do humor, conexões sociais, movimento e busca por novidade. Os resultados mostraram que aqueles com anedonia musical apresentaram pontuações baixos em todos esses aspectos, revelando uma recusa em se conectar emocionalmente com a música.

Além do que foi observado, exames de imagem cerebral mostraram que a atividade no circuito de recompensa era inexplicavelmente reduzida nos anedônicos ao ouvirem música, mas permanece intacta em resposta a outros estímulos, como a obtenção de recompensas financeiras. Isso sugere que, apesar da condição, a capacidade de sentir prazer ainda existe, apenas não se manifesta nas notas musicais.

As causas exatas da anedonia musical ainda estão sendo investigadas. Estudos indicam que fatores genéticos e ambientais podem ser determinantes, com pesquisas sobre gêmeos apontando que até 54% do apreço pela música pode estar ligado à hereditariedade.

Esse entendimento pode não só iluminar a natureza da anedonia musical, mas também abrir portas para investigações sobre outras condições que resultem da falta de conectividade cerebral. Os cientistas, ao lado de geneticistas, estão em busca de formas de reverter esse quadro, oferecendo esperança a muitos que anseiam por uma experiência musical plena.

O que você pensa sobre esses achados? Compartilhe sua opinião ou experiências relacionadas à música nos comentários!

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