9 agosto, 2025
sábado, 9 agosto, 2025

Petrobras: margem alta explica interesse na venda do gás de cozinha

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A Petrobras anunciou recentemente seu retorno ao mercado de venda direta de gás liquefeito de petróleo (GLP), ou simplesmente gás de cozinha, motivada pelas altas margens de lucro que esta negociação promete. A presidente da empresa, Magda Chambriard, destacou essa nova estratégia durante a apresentação dos resultados financeiros do segundo semestre, enfatizando que este não é o momento de se restringir oportunidades de negócio.

“Por que devemos fechar essa porta? Deixemos aberta para o que pode vir a ser um empreendimento rentável”, afirmou Magda, referindo-se à decisão anterior do governo de se distanciar de setores como o etanol e a venda direta de gás. O que chama a atenção é o crescimento notável da margem do mercado de GLP, que atingiu um aumento de 188% nos últimos anos.

“Qual foi o negócio que, em tão curto período, aumentou sua atratividade em 188%? Não vamos nos autolimitar. Buscaremos expandir nossos mercados e maximizar a alocação dos nossos produtos da forma mais rentável possível”, declarou.

Essa elevação impressionante nas margens, conforme mencionado, é fruto de um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que apontou que, entre 2019 e 2023, a margem líquida das distribuidoras cresceu significativamente. Em números, pulamos de R$ 285,22 por tonelada em 2019 para R$ 821,90 por tonelada em 2023. Uma margem alta significa lucros às distribuidoras, o que justifica o novo interesse da Petrobras.

Esse retorno à venda direta de gás não é mera coincidência; é uma resposta às necessidades do governo em relação ao preço do botijão de gás e à realidade do mercado. A Petrobras havia saído desse segmento em 2020, após a privatização da Liquigás, quando considerou mais vantajoso se concentrar na redução de dívidas e na exploração de petróleo em águas profundas.

A atual busca da Petrobras por grandes clientes, como indústrias e estabelecimentos comerciais, sinaliza uma nova fase de atuação. “Estamos à procura de grandes clientes de GLP para oferecer venda direta”, revelou Claudio Romeo Schlosser, diretor de Logística da empresa. Recentemente, a Petrobras inaugurou um complexo industrial em Itaboraí que promete aumentar a oferta de gás no mercado nacional, fator que pode também minimizar as importações.

Além do gás, a Petrobras mostrou sua intenção de entrar no mercado de etanol, visto como estratégico para uma economia de baixo carbono. Após a nova diretora de Transição Energética e Sustentabilidade assumir, foram destacadas as possibilidades de parcerias que podem surgir nessa área, com foco em empresas robustas e com potencial de crescimento.

No segundo trimestre de 2025, a Petrobras obteve um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões, um resultado que, apesar de menor em relação ao trimestre anterior, mostra uma melhoria significativa em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a companhia enfrentava prejuízo. A empresa também anunciou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos, o que evidencia sua intenção de beneficiar acionistas, sendo o governo o principal deles, recebendo uma parte considerável desse montante.

A volta da Petrobras ao mercado de gás é um exemplo claro de como as oportunidades podem se transformar em estratégias rentáveis. E você, o que pensa sobre esse movimento? Acha que a empresa está no caminho certo? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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