Após 53 anos de espera, a fachada do Palácio da Justiça, em Brasília, finalmente recebeu a escultura idealizada por Roberto Burle Marx, uma peça que completa o visionário projeto dos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. A obra foi inaugurada na noite de 7 de agosto, inserindo arte e arquitetura de forma harmoniosa no emblemático espaço da Esplanada dos Ministérios.
Desde a fundação da capital, Niemeyer já sonhava com a integração de obras de arte aos principais edifícios, como o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Embora outros prédios, como o Palácio Itamaraty, tenham recebido esculturas desde a década de 1960, o Palácio da Justiça viu sua instalação ser adiada por mais de cinco décadas.
A doutora em História da Arte, Graça Ramos, curadora do projeto, destaca que a construção do edifício atravessou diversas gestões pela dificuldade de encontrar uma solução para a escultura. O arquiteto Elcio Gomes da Silva, conhecido por seu trabalho na Câmara dos Deputados, recorda que Burle Marx, junto com José Waldemar Tabacow e Haruyoshi Ono, já havia desenvolvido os jardins do Ministério da Justiça, criando assim uma conexão artística que se fortalece com essa nova obra.
A escultura, que chegou ao Palácio após estar no Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, é uma obra iniciada na década de 1980 e reconhecida pela UNESCO como patrimônio mundial. Feita de granito branco do Ceará e com mais de três metros de altura, a peça reflete a essência vibrante da arte de Burle Marx, que combinava modernismo com a flora brasileira. Graça Ramos acentua a leveza da obra, que parece dialogar com o ambiente do Palácio, ressaltando seu movimento e até as florzinhas que Brotam dela.
Durante a cerimônia de inauguração, marcada por presenças ilustres como a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foi ressaltada a significância da obra para a cultura do Brasil. “A jornada da obra simboliza a integração cultural entre nossas regiões”, declarou Lewandowski, enfatizando a relevância da instalação em um tempo onde a sustentabilidade é mais crucial do que nunca.
Essa nova camada ao panorama urbanístico de Brasília, que se desenvolve continuamente desde sua inauguração em 1960, revela que a cidade é uma obra de arte em constante construção. Que tal compartilharmos suas opiniões sobre essa nova escultura? Deixe seu comentário e vamos conversar sobre o futuro da arte na arquitetura brasileira!