Em um momento de grande turbulência no Corinthians, os Gaviões da Fiel, a poderosa torcida organizada do clube, se pronunciaram sobre o impeachment do ex-presidente Augusto Melo. Em suas palavras, o movimento não se limitou a criticar apenas um nome, mas convocou a uma limpeza mais profunda, afirmando que “há muitos outros dirigentes cúmplices de esquema e gestões corruptas que precisam ser varridos do clube”. A nota, datada da noite do último sábado (9/8), também responsabilizou a limitada participação dos sócios nas votações e clamou por uma reforma estatutária.
A decisão de afastar Augusto Melo da presidência ocorreu durante uma votação onde 1.413 associados se mostraram a favor do impeachment, contra 620 que se opuseram. Assim, Melo, que havia assumido o cargo em janeiro de 2024 após vencer as eleições, deixou a liderança do clube após apenas 20 meses. Com sua saída confirmada, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, deverá agendar novas eleições indiretas para a presidência nas próximas semanas.
Diferente das eleições diretas, onde todos os associados têm voz, a eleição do novo presidente será restrita aos conselheiros. O mandato que se aproxima também terá suas peculiaridades: ao contrário dos triênios anteriores, o próximo presidente ficará à frente do Corinthians apenas até dezembro de 2026, com as novas eleições seguindo o formato tradicional do clube. Osmar Stabile, o atual presidente interino, desponta como favorito para assumir essa responsabilidade, enquanto ainda não se confirma se haverá competição eleitoral.
Entretanto, o afastamento de Melo não é um caso isolado. Ele foi envolvido em uma investigação relacionada ao contrato de patrocínio entre o Corinthians e a empresa de apostas Vai de Bet, onde teriam surgido irregularidades. Augusto e outros réus enfrentam acusações de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. A defesa de Melo reafirma a intenção de recorrer a habeas corpus e assinala uma investigação que, segundo eles, provará sua inocência, destacando a confiança em restaurar a organização financeira do clube.
As investigações revelaram que os desvios de dinheiro durante a negociação com a Vai de Bet supostamente buscavam saldar dívidas da campanha eleitoral de Augusto. O Ministério Público estima que o esquema tenha gerado um prejuízo superior a R$ 40 milhões ao clube, resultando em um pedido para que os envolvidos paguem essa quantia ao Corinthians e que bens deles sejam sequestrados.
Enquanto a tensão aumenta, ameaças contra Melo também surgem. Segundo informações de uma denúncia anônima, o ex-presidente teria sido ameaçado de morte por um agiota devido a dívidas relacionadas às suas campanhas eleitorais. O inquérito aponta que, sob essa pressão, Melo chegou a utilizar colete à prova de balas para garantir sua segurança em certas situações. A EMS, supostamente associada a uma das partes envolvidas, nega qualquer ligação com a situação do Corinthians.
No cenário atual, o futuro do Corinthians permanece incerto, e muitos esperam um desfecho rápido para essa saga. Todos os olhos estão voltados para as consequências desse momento conturbado e para os novos rumos que o clube adotará. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários!