10 agosto, 2025
domingo, 10 agosto, 2025

Líbano aceita proposta dos Estados Unidos para desarmar Hezbollah

Compartilhe

Recentemente, os Estados Unidos apresentaram uma proposta audaciosa ao Líbano: desarmar o Hezbollah até o final deste ano. Este plano, revelado por uma análise da agenda do gabinete libanês pela Reuters, vai além do desarmamento, propondo também o fim das operações militares de Israel no país e a retirada de suas tropas de cinco posições no sul do Líbano. Tom Barrack, o enviado especial dos EUA, delineou os passos mais detalhados até agora para lidar com essa poderosa milícia xiita apoiada pelo Irã, que tem se mostrado resistente a abandonar a luta armada desde o último conflito com Israel.

O ministro da Informação libanês, Paul Morcos, confirmou que Beirute está alinhada com os objetivos e a retirada das tropas israelenses, mas os detalhes de implementação ainda não foram debatidos. A ausência de um retorno do Departamento de Estado americano a perguntas deixa a incerteza pairando sobre o futuro dessa proposta. O Hezbollah, por seu lado, demonstrou sua oposição ao se retirar de uma reunião do gabinete em protesto. A facção declarou que lidaria com a proposta como se não estivesse relacionada, acentuando o risco de uma crise ainda mais profunda.

Os confrontos entre Israel e o Hezbollah já resultaram em danos significativos, incluindo a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. O conflito, que começou em outubro de 2023, foi intensificado quando o Hezbollah abriu fogo contra as forças israelenses em apoio ao Hamas durante a guerra em Gaza. Agora, a proposta dos EUA visa estabilizar um frágil cessar-fogo, ressaltando a urgência em evitar um colapso do já delicado status quo entre os dois países.

O plano é dividido em quatro fases que exigem ação imediata por parte do governo libanês. Na primeira fase, o Líbano deve aprovar um decreto comprometendo-se com o desarmamento total do Hezbollah até dezembro de 2025. Durante esse mesmo período, espera-se que Israel suspenda suas operações militares. As etapas subsequentes incluem a implementação do desarmamento e a retirada gradual das tropas israelenses, culminando com conferências internacionais para apoiar a economia e reconstrução do Líbano.

Contudo, o Hezbollah, que é muitas vezes visto como um “Estado dentro de um Estado”, resiste à ideia de desarmamento. Durante debates sobre a proposta, o partido expressou seu desdém, afirmando que o governo libanês havia cometido um “grande pecado”. O grupo, que obteve poder e influência ao longo das últimas décadas, está enfrentando dificuldades após uma ofensiva devastadora no ano passado, mas ainda mantém um apoio considerável entre a população xiita.

A pressão dos EUA parece ter galvanizado o governo libanês a se comprometer em monopolizar a posse de armas, uma decisão que poderia desestabilizar ainda mais as já tensas relações dentro do Líbano. Analistas alertam que esse empurrão pode consolidar a aliança do Hezbollah com setores xiitas da sociedade, ao invés de promover uma coesão nacional. Naim Qassem, líder do Hezbollah, reafirmou que o grupo não tem a intenção de entregar suas armas, sublinhando sua posição de resistência e compromisso com a soberania do Líbano.

Essa nova dinâmica de poder e as tensões em jogo podem moldar não apenas o futuro do Líbano, mas também toda a região. O que você pensa sobre essa proposta? Sua opinião é importante! Deixe seus comentários abaixo.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você