11 agosto, 2025
segunda-feira, 11 agosto, 2025

Arte performática ocupa Bahia e provoca debate sobre violência no cotidiano

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Tudo acontece, de forma gratuita, nas duas cidades

Em agosto, a arte da performance invade as ruas de Salvador e Jequié, marcando o início da 1ª Bienal de Performance da Bahia. Este evento inovador, que ocorrerá entre 13 e 17, é totalmente gratuito e promete transformar o cotidiano das duas cidades, utilizando espaços públicos como feiras, escolas e centros culturais para um importante debate sobre a violência presente no dia a dia da Bahia.

Com mais de 30 artistas, pesquisadores e pensadores reunidos, a bienal, sob a curadoria de Padmateo, traz o provocador tema “Isto é Violência?”. A iniciativa visa aprofundar a reflexão sobre como a política e a história moldam as experiências de violência, especialmente em um estado que enfrenta alarmantes taxas de homicídio, como já evidenciado pelo site The Intercept Brasil.

“É fundamental que exploremos a violência no cotidiano baiano e suas diversas dimensões. A proposta é ampliar o entendimento e fomentar debates que perdurem além da bienal”, destaca Padmateo, ressaltando a oportunidade única de discutir um tema tão urgente nas cidades escolhidas, que figuram entre as mais violentas do Brasil.

Esse evento não se restringe a palcos tradicionais; é uma manifestação que ocupa as ruas, reconhecendo a performatividade inerente à cultura baiana, evidenciada por suas festas e tradições. A curadora afirma: “A Bahia precisava de um espaço que legitime nossa essência performativa na cena nacional”.

As atividades incluem uma vasta gama de performances, desde sonoras até interativas, que não apenas respondem, mas também instigam novas questões ao público. O artista Marcel Diogo apresenta a obra “Nem tudo que vai pra parede é obra de arte”, provocando reflexões sobre a relação entre arte e a brutalidade policial que permeia a vida urbana.

Uma das iniciativas mais impactantes é a “Fotoperformance Popular”, criada por Alex Oliveira. Em sua proposta, estúdios serão montados em praças e feiras, conectando moradores e transeuntes a uma realidade visceral da violência, traduzida em ações e gestos que serão imortalizados em fotografias. Essas obras serão depois exibidas nas ruas, utilizando a técnica de lambe-lambe.

Padmateo enfatiza a importância de levar a arte para as ruas: “O espaço urbano é onde as ideias circulam, as vozes são ouvidas e o diálogo se torna possível. Realizar eventos de arte nas ruas reafirma a vitalidade das cidades e promove um intercâmbio dinâmico entre artistas e o público”.

A programação da bienal promete ser intensa. Em Salvador, o Pelourinho se tornará um palco de caminhadas performáticas e debates. No dia 13, Tiê Francisco Maria inicia com “Ultrassom: ou toda cidade é uma partitura”, ressignificando os sons urbanos. Outros destaques incluem a performance premiada “Noiva”, de Ângela Daltro, que aborda violências de gênero e raça, e a série “Oriente-se”, de Álex Ìgbó, que desafia os símbolos coloniais.

Em Jequié, a bienal acompanha a abertura da exposição “Mandacaru: Aqui é um bairro”, de Alex Oliveira, e diversas intervenções artísticas ao longo dos dias. O evento ainda contará com uma mostra de videoarte, disponível também em um ciclo virtual no YouTube da bienal, tornando a arte acessível a todos.

Para aqueles que desejam se aprofundar na discussão ou participar de oficinas, as inscrições podem ser feitas por meio do perfil no Instagram @bienalperformance. Prepare-se para uma experiência transformadora e participe deste movimento artístico, refletindo sobre a violência e a defesa da vida nas ruas da Bahia.

Você está pronto para testemunhar e contribuir para essa onda de arte e reflexão? Deixe seu comentário e compartilhe suas expectativas para a bienal!

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