
Em uma recente declaração, Donald Trump fez uma afirmação alarmante sobre a segurança de Brasília, sugerindo que a capital brasileira possui uma taxa de homicídios de 13 a cada 100 mil habitantes. No entanto, essa afirmação não apenas extrapola os dados reais, mas também ignora a realidade que os números oficiais refletem. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) relata uma média de 6,9 homicídios a cada 100 mil pessoas, um número que está muito abaixo do mencionado pelo presidente dos Estados Unidos.
Em 2024, Brasília registrou 207 homicídios, o que representa a menor taxa desde que as contagens começaram em 1977. Para contextualizar ainda mais, o Atlas da Violência 2025, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indica uma taxa de 11 homicídios a cada 100 mil habitantes, ainda inferior ao que Trump citou. Os dados precisam ser avaliados cuidadosamente antes de serem apresentados ao público.
As declarações de Trump foram feitas durante a convocação de um estado de emergência em Washington D.C., onde o presidente procurou comparar a criminalidade da capital americana com a de outras cidades ao redor do mundo, incluindo Brasília. “Ao olhar para os números, em comparação com dados de diversos locais do mundo – Bagdá, Cidade do Panamá, Brasília, San José, Bogotá, Cidade do México –, todos esses lugares têm taxas de criminalidade que duplicam e triplicam as de Washington D.C.”, comentou Trump, munido de gráficos que sustentavam sua argumentação.
A comparação entre as taxas de criminalidade merece ser analisada com cautela. Durante sua fala, Trump também anunciou o envio da Guarda Nacional para Washington D.C., invocando uma diretriz que coloca o Departamento de Polícia Metropolitana sob controle federal. Essa medida destaca a preocupação crescente com a segurança na capital dos EUA, mas também levanta questões sobre a utilização de dados e informações para sustentar políticas públicas.
A discrepância entre os números citados e a realidade apresenta uma oportunidade para discutirmos as narrativas que moldam a percepção da segurança em grandes cidades. Qual é a sua opinião sobre o uso de dados na política? Deixe seu comentário abaixo!