Em uma conversa reveladora, o presidente da China, Xi Jinping, fez um chamado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo que Brasil e China têm a oportunidade de se tornarem exemplos de “autossuficiência” no Sul Global. Essa troca aconteceu em um cenário recheado de desafios comerciais e geopolíticos, onde ambos os líderes se apresentam como paladinos do comércio multilateral, contrastando fortemente com a postura tarifária do ex-presidente americano Donald Trump.
A ligação de Xi foi realizada logo após Trump anunciar uma nova prorrogação de 90 dias para a trégua tarifária com a China. Lula, por sua vez, havia revelado a intenção de dialogar com os líderes da Índia e da China para buscar uma resposta coordenada às políticas tarifárias americanas. Durante a conversa, Xi destacou o momento positivo nas relações entre os dois países, enfatizando a importância da colaboração para um mundo mais justo e sustentável, e fazendo um apelo à unidade contra o unilateralismo e protecionismo, uma clara referência às tarifas dos Estados Unidos.
O diálogo, que se estendeu por cerca de uma hora, abordou diversas questões, incluindo a guerra na Ucrânia e as estratégias para combater as mudanças climáticas. Ambos os líderes reafirmaram o papel crucial do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo, comprometendo-se a expandir a cooperação em áreas como saúde, indústria de petróleo e gás, economia digital e desenvolvimento de satélites.
Nos últimos anos, a China intensificou sua influência na América Latina, buscando contrabalançar a influência histórica dos Estados Unidos na região. Com isso, Pequim superou os EUA como o principal parceiro comercial do Brasil. A relação é amplamente baseada na troca de produtos, como a soja, da qual a China é o maior consumidor mundial. Entretanto, a postura de Trump visa reestruturar a dinâmica comercial, na tentativa de elevar as importações de soja por parte da China.
Desde a visita de Estado de Lula à China em maio, onde ele expressou o desejo de evitar uma nova Guerra Fria, ficou claro que as nações estão buscando maior colaboração em um mundo cada vez mais polarizado. Como cidadãos, é importante ficarmos atentos a essas movimentações políticas e comerciais. O que você acha sobre a relação entre Brasil e China? Deixe seu comentário!